Flat era QG de golpe pela internet




CAMILLA HADDAD
Era no quarto de um flat no Morumbi, na zona sul de São Paulo, que duas pessoas passavam o dia aplicando golpes pela internet, no site de compras Mercado Livre. Segundo a Polícia Civil, os acusados lucravam até R$ 90 mil por vendas falsas de carros de luxo. Investigadores disseram que, ao serem flagrados, Nikolas Camargo, de 27 anos, e João Luiz Pontara, de 25, ofereciam um Hyundai IX-35 na internet.
O delegado adjunto Francisco Solano de Santana, do 96.º Distrito Policial (Brooklin), responsável pelas detenções, explicou que diversas vítimas têm procurado a delegacia para se queixar de transações de produtos que no fim são “fictícios” no site. Pelo menos cinco inquéritos estão sendo apurados pela equipe do bairro. “Eles criavam um e-mail, cobravam o valor do produto e tiravam o e-mail para depois fazer outro”, disse. “Esse golpe está largamente difundido. São produtos que não existem”, alerta o policial.
Segundo Santana, a dupla publicava no site artigos eletrônicos como netbooks, mas a especialidade dos acusados era oferecer veículos seminovos com preços semelhantes aos das lojas. Na garagem do flat onde ocorreu a prisão a polícia apreendeu, por coincidência, um I-X35 branco, que era usado pela dupla e também estava sendo vendido pelos golpistas.
“Esse carro foi roubado dia 28 de junho na área do 17.º Distrito Policial, do Ipiranga. Por isso, os dois vão ser autuados por receptação e estelionato”, afirmou Santana. Para o delegado, não será arbitrada fiança para Camargo e Pontara. “São reincidentes. Um deles tinha passagem criminal por porte de arma e outro, por tráfico de drogas em Minas Gerais.”
No quarto do flat, que não teve o nome divulgado, os investigadores apreenderam dois notebooks que eram utilizados pela dupla para fazer as transações criminosas. Segundo o delegado Santana, outros distritos policiais vizinhos ao Brooklin também registraram ocorrências semelhantes e com o mesmo estilo seguido pela dupla. A polícia alerta que as pessoas devem manter atenção na hora da compra e desconfiar de ofertas um pouco abaixo do mercado.
A assessoria de imprensa do Mercado Livre não quis se pronunciar sobre as prisões envolvendo a marca.

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