Moradores do Conjunto Habitacional Ana Paula Eleutério voltam a atacar viatura da força policial
ADRIANE SOUZA
Por meio do sistema de
videomonitoramento do município, que é controlado pela GCM (Guarda Civil
Municipal), operadores do COI (Centro de Operações e Inteligência) flagraram um
grupo de adolescentes preparando vários cigarros de maconha no Conjunto Habitacional
Ana Paula Eleutério, o Habiteto, na noite de quarta-feira, ao lado da Oficina
do Saber.
O vídeo mostra meninos de 6 a 15 anos aprendendo a enrolar os cigarros com um rapaz. Como em nenhum momento há consumo de entorpecentes, a GCM acredita que os jovens pretendiam vender os cigarros.
Por esta razão, uma viatura foi acionada para verificar a conduta do grupo. O vídeo mostra ainda que, assim que a viatura entra no bairro, os adolescentes correm para evitar a abordagem.
O veículo da GCM patrulha ao redor do prédio público e, ao retornar para avenida Chico Xavier, é cercada pelos menores armados com pedras. O carro é apedrejado, mas nenhum dos guardas municipais sai ferido. Logo após o incidente, todos os garotos fogem.
Outra vez/ Esta não é a primeira vez que viaturas da força policial do município são atingidas por moradores do bairro. Na outra ocasião – registrada em 2011 – mulheres com crianças atingiram uma viatura da Polícia Militar durante abordagem a adolescentes. Já em 2012, o incidente se repetiu. Em ambos os casos, nenhum militar ficou ferido.
O vídeo mostra meninos de 6 a 15 anos aprendendo a enrolar os cigarros com um rapaz. Como em nenhum momento há consumo de entorpecentes, a GCM acredita que os jovens pretendiam vender os cigarros.
Por esta razão, uma viatura foi acionada para verificar a conduta do grupo. O vídeo mostra ainda que, assim que a viatura entra no bairro, os adolescentes correm para evitar a abordagem.
O veículo da GCM patrulha ao redor do prédio público e, ao retornar para avenida Chico Xavier, é cercada pelos menores armados com pedras. O carro é apedrejado, mas nenhum dos guardas municipais sai ferido. Logo após o incidente, todos os garotos fogem.
Outra vez/ Esta não é a primeira vez que viaturas da força policial do município são atingidas por moradores do bairro. Na outra ocasião – registrada em 2011 – mulheres com crianças atingiram uma viatura da Polícia Militar durante abordagem a adolescentes. Já em 2012, o incidente se repetiu. Em ambos os casos, nenhum militar ficou ferido.
Opinião da especialista
Josefina Tranquilin
50 anos
Antropóloga, pesquisadora e professora universitária
Josefina Tranquilin
50 anos
Antropóloga, pesquisadora e professora universitária
Desenvolvi pesquisas acadêmicas no
Habiteto. Conheci a comunidade, representantes do bairro e vi também muita
solidariedade entre todos. Acredito que o maior problema de qualquer política
habitacional – não somente em Sorocaba – que “esconde os pobres”, acaba
trazendo malefícios à sociedade.
O bairro em questão fica a quilômetros do centro da cidade. Isso dificulta tudo para os moradores, principalmente a locomoção necessária para trabalhar, estudar, procurar emprego, cuidar da saúde, fazer as compras, se divertir, ou seja, ter dignidade como qualquer outro cidadão, que vive numa sociedade de consumo.
É quase impossível para qualquer prefeitura manter a infraestrutura necessária à população periférica. Então, a pergunta fica: como melhorar a vida destas pessoas nestas condições?
Quando ouvimos que aquele grupo atingiu as viaturas da Guarda Municipal, é possível entender a razão: a polícia representa a ordem e eles não vivem nessa ordem imposta pelo Estado, eles não entendem isso.
Pensem bem, o poder público quase não chega lá, mas a polícia chega. Então a polícia ali é a representante do poder público que não atende as necessidades deles. Então, como eles irão apoiá-la? É outra cultura, é outro sentimento.
Claro que ações na área cultural e esportiva poderão amenizar a situação. Temos exemplos no Brasil todo de ações desse tipo, mas só isso não resolve o problema. Essa população precisa ser ouvida de uma forma diferente, com trabalho na própria comunidade, diversão, escola, saúde.
Tudo isso é necessário para se viver na cultura do consumo, a qual eles se inserem, mesmo não tendo condições de consumir.
Acredito que somente com uma vontade política imensa e muito investimento podemos vislumbrar uma possível solução para as nossas periferias e, além disso, passar a ver a camada popular não como marginais, mas sim como seres humanos que precisam suprir todas as suas necessidades como qualquer ser humano de qualquer classe social.
O bairro em questão fica a quilômetros do centro da cidade. Isso dificulta tudo para os moradores, principalmente a locomoção necessária para trabalhar, estudar, procurar emprego, cuidar da saúde, fazer as compras, se divertir, ou seja, ter dignidade como qualquer outro cidadão, que vive numa sociedade de consumo.
É quase impossível para qualquer prefeitura manter a infraestrutura necessária à população periférica. Então, a pergunta fica: como melhorar a vida destas pessoas nestas condições?
Quando ouvimos que aquele grupo atingiu as viaturas da Guarda Municipal, é possível entender a razão: a polícia representa a ordem e eles não vivem nessa ordem imposta pelo Estado, eles não entendem isso.
Pensem bem, o poder público quase não chega lá, mas a polícia chega. Então a polícia ali é a representante do poder público que não atende as necessidades deles. Então, como eles irão apoiá-la? É outra cultura, é outro sentimento.
Claro que ações na área cultural e esportiva poderão amenizar a situação. Temos exemplos no Brasil todo de ações desse tipo, mas só isso não resolve o problema. Essa população precisa ser ouvida de uma forma diferente, com trabalho na própria comunidade, diversão, escola, saúde.
Tudo isso é necessário para se viver na cultura do consumo, a qual eles se inserem, mesmo não tendo condições de consumir.
Acredito que somente com uma vontade política imensa e muito investimento podemos vislumbrar uma possível solução para as nossas periferias e, além disso, passar a ver a camada popular não como marginais, mas sim como seres humanos que precisam suprir todas as suas necessidades como qualquer ser humano de qualquer classe social.
Servindo a comunidade
O comandante da Guarda Civil Municipal, Carlos Eduardo Paschoini, lamenta o incidente. “A guarda atua de forma comunitária, então para nós é uma surpresa este tipo de comportamento.” Ele afirma que a GCM continuará patrulhando o bairro, que possui vários prédios públicos. “Uma das maiores escolas da cidade está no Habiteto e nossa função primordial é cuidar do patrimônio público.”.
199
é o telefone de emergência da GCM
O comandante da Guarda Civil Municipal, Carlos Eduardo Paschoini, lamenta o incidente. “A guarda atua de forma comunitária, então para nós é uma surpresa este tipo de comportamento.” Ele afirma que a GCM continuará patrulhando o bairro, que possui vários prédios públicos. “Uma das maiores escolas da cidade está no Habiteto e nossa função primordial é cuidar do patrimônio público.”.
199
é o telefone de emergência da GCM
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