Capriles acusa governo de Maduro de congelar envio de verbas a seu Estado


Governador e líder da oposição diz que Miranda foi o único Estado a não recolher o soldo constitucional


O Estado de S. Paulo
CARACAS - O governador de Miranda e líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, acusou nesta segunda-feira, 29, o governo do chavista Nicolás Maduro, que o derrotou na eleição presidencial de duas semanas atrás, de congelar o envio de verbas federais para o seu Estado, um dos três governados pela oposição no país. Segundo Capriles, Miranda é o único Estado que não recebeu o soldo constitucional - como a verba federal é chamada.
Capriles acusa governo de não enviar verbas ao seu Estado - Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Capriles acusa governo de não enviar verbas ao seu Estado
"Há uma ordem, que já está sendo executada, de não entregar o soldo constitucional ao Estado de Miranda", acusou Capriles em entrevista a meios de comunicação críticos ao chavismo. "Miranda foi o único Estado do país que até agora não recolheu o recurso."
Capriles ainda pediu que o governo chavista não puna a população de Miranda, que abriga a área metropolitana de Caracas, em razão de seu ativismo político como líder da oposição. "Digo isso a Maduro: meta-se comigo, mas deixe os trabalhadores de Miranda, que nada têm a ver com essa briga, em paz", acrescentou o governador. "Eles atalham por um Estado melhor."
Para o governador da oposição, o congelamento dos recursos é uma retaliação a sua insistência em recontar os votos da eleição de 14 de abril, na qual foi derrotado por Maduro por uma diferença de 1,8 ponto porcentual. A oposição acusa o chavismo de fraude eleitoral. "Me busquem onde quiserem, me levem a todos os julgamentos, mas não se metam com o povo e os trabalhadores de Miranda", prosseguiu o governador. Eles são sagrados."
Na entrevista, o governador disse que foi alertado do problema por funcionários públicos de outros Estados e lembrou que o fato de liderar a oposição e governar o Estado simultaneamente tem acarretado contratempos.
Na semana passada, o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, Diosdado Cabello, um dos homens fortes do chavismo, prometeu suspender o pagamento de salários dos deputados de oposição que não reconhecem o presidente Nicolás Maduro.
Além disso, Cabello cortou o direito à palavra dos opositores nas sessões parlamentares e destituiu das funções todos os deputados opositores que presidiam comissões na Casa.
Críticas. Em meio à polêmica sobre o repasse de verbas ao governo estadual, Capriles trocou acusações com o presidente do Equador, Rafael Correa. No fim de semana, o líder equatoriano deu uma entrevista à CNN em espanhol na qual chamou o líder da oposição de golpista. "Com toda certeza (é um golpista), assim como toda a direita venezuelana," afirmou Correa.
Capriles rejeitou as acusações e pediu uma retratação. "As declarações são inaceitáveis", disse. "Não só para o presidente do Equador como para qualquer pessoa que se intrometa nos assuntos do país." / EFE
  

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