Famílias reclamam da falta de leitos para dependentes em Sorocaba, SP


Moradores têm dificuldades para tratar parentes viciados em drogas.

Famílias buscam Justiça e clínicas particulares como saída.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
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Famílias que têm parentes viciados em drogas em Sorocaba (SP) sofrem com a falta de vagas para internações na rede pública. Muitos têm apelado para a intervenção da Defensoria Pública, mas o órgão que atende somente pessoas de baixa renda critica a falta de estrutura da rede pública para atender os dependentes químicos. Quem não consegue vaga nem com a prefeitura, nem com a Justiça, tem que apertar o orçamento para pagar o tratamento do próprio bolso.
O filho de Verônica dos Santos está internado desde segunda-feira (8) na ala de psiquiatria do Hospital Regional. O dependente químico teve um surto de abstinência de droga. A mãe conta que a internação do rapaz, que deveria ser temporária, está se transformando em definitiva.
Nadir Rocha também passa pelo mesmo problema. Ela está com o sobrinho internado no mesmo local há três meses. Como trabalha durante o dia, precisa pagar uma pessoa para acompanhá-lo durante o período. Mas, a preocupação é de que, internado em ala psiquiátrica, o rapaz não receba o tratamento adequado.
Segundo a prefeitura, existem hoje em Sorocaba 85 vagas para internações. Nos casos involuntários, não há número pré-determinado.
Com dificuldades para obter essas vagas, um caminho usado por muitos é a Defensoria Publica. Por meio de uma ação, se obtém a ordem da Justiça para o tratamento ou internação. Atualmente 25 casos estão em andamento.
Mas esse caminho não é o ideal, segundo os próprios defensores públicos. Para eles, os pedidos de tratamento e internação só ocorrem porque na cidade não existe uma rede pública para atender quem precisa.
A defensora pública Elaine Ruas diz que só com medidas dos governos federal, estadual e municipal é que essa situação poderá mudar.
Uma mãe - que não quer se identificar - cansou de esperar. Há três meses ela e o marido tiveram que contar com a ajuda da família para internar a filha de 31 anos em uma clínica particular. Um gasto de cerca de R$ 2 mil por mês.
Em nota, a prefeitura informou que está implantando o Caps AD III para funcionar 24 horas. A assessoria também disse que o executivo não descarta a necessidade de implantação da internação involuntária na cidade.
O supervisor do setor de psiquiatria do Hospital Regional, Carlos Eduardo Zacarias, informou que os pacientes têm ficado muito mais tempo do que deveriam na unidade porque a Central Reguladora não disponibiliza vagas em hospitais especializados.
Zacarias também afirma que o Conjunto Hospitalar tem um projeto para abrir uma unidade psiquiátrica com 16 leitos, mas este número ainda não seria suficiente para atender a necessidade.
Em nota oficial, a Secretaria de Estado da Saúde, tentou amenizar essa situação. O governo do estado afirmou que a implantação dos leitos no Conjunto Hospitalar já está em andamento e que a Central Reguladora de vagas já está providenciando a transferência dos menores em observação no Hospital Regional, para leitos específicos para saúde mental no estado. Enquanto isso, o atendimento prestado estaria dentro da necessidade dos pacientes.
Famílias reclamam da falta de leitos para dependentes químicos em Sorocaba (Foto: Reprodução/TV TEM)Famílias reclamam da falta de leitos para dependentes químicos em Sorocaba (Foto: Reprodução/TV TEM)

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