Médicos e dentistas ameaçam boicote a planos de saúde nesta quarta


Insatisfeitos com a remuneração, profissionais podem deixar de atender pacientes eletivos de operadoras


Fernanda Bassette - Estadão
Insatisfeitos com a relação com operadoras de saúde, médicos, dentistas e fisioterapeutas vão suspender o atendimento eletivo de clientes de planos amanhã em pelo menos nove Estados, incluindo São Paulo. A paralisação é reflexo de uma pesquisa que mostra que 89% deles sofrem interferência dos planos, o que prejudica o atendimento.
Os médicos já fizeram outras três paralisações nos últimos dois anos, mas é a primeira vez que dentistas e fisioterapeutas integram o movimento. Em São Paulo, o protesto será na Avenida Paulista – 10 mil bexigas pretas vão simbolizar o descontentamento. Para a pesquisa, a Associação Paulista de Medicina (APM) consultou 4.887 profissionais.
Os resultados atestam a insatisfação: 83% dizem já ter tido pacientes que precisaram recorrer ao SUS ou ao atendimento particular por obstáculos impostos pelos planos, 85% afirmam que já se descredenciaram ou pretendem deixar a rede suplementar e 65% relataram ter reduzido o número de procedimentos ou cirurgias por causa dos baixos honorários.
“Os médicos estão sob pressão, pois prescrevem os procedimentos, mas os planos impõem obstáculos”, afirmou Florisval Meinão, presidente da APM, referindo-se especialmente aos procedimentos de alta complexidade. 

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