Sorocaba: Acidentes na Raposo Tavares diminuem 40%; as marginais são apontadas como causa



No 1º trimestre de 2010, antes da implantação, foram registrados 227 acidentes. Neste ano, no mesmo período, 136

Fernando Guimarãesfernando.guimaraes@jcruzeiro.com.br

Dados da Polícia Militar Rodoviária de Sorocaba demonstram que houve uma queda de 40% do número de acidentes, inclusive com vítimas, ocorridos na rodovia Raposo Tavares (SP-270) nos três primeiros meses deste ano ante o mesmo período dos dois anos anteriores e, segundo avaliação da corporação, deve-se à implantação das marginais. Apesar da redução, ainda ocorrem acidentes e, na maioria das vezes, por imprudência do condutor. Colisões traseiras e laterais são apontadas como as mais comuns e para serem evitadas é necessário que o motorista seja cauteloso quando estiver conduzindo seu veículo. A maioria dos condutores entrevistados pela reportagem discorda da informação apresentada pela corporação, porém, aquiesce em um ponto: os acidentes acontecem por culpa dos condutores e não da estrada. A Viaoeste confirma os dados da polícia e acrescenta que para reduzir ainda mais esses números é necessário que o motorista se conscientize e respeite os limites de velocidade implementados no local.

No primeiro trimestre de 2010, antes das marginais existirem, a Polícia Rodoviária registrou 227 acidentes; mas, em 2011, após implantação dessas vias laterais e de suas readaptações, o número de acidentes começou a reduzir. Somente entre janeiro e março de 2012, foram registrados 135 acidentes e, neste ano, no mesmo período, 136; uma queda em torno de 40%. Quando as marginais foram entregues pela Viaoeste, concessionária responsável pela administração da rodovia, muitos problemas técnicos foram apontados pelos usuários, como a falta de faixas de aceleração e desaceleração nos acessos ao longo dos dez quilômetros de marginal e a falta de baias de parada nos pontos de ônibus, colocando em risco a segurança de passageiros e dos usuários da pista. Depois de muita reclamação e da intervenção da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), a administradora da Raposo Tavares fez os ajustes necessários.

Após isso, outra queixa surgida foi com relação à velocidade máxima de 60 km/h. Condutores foram multados pela Polícia Rodoviária porque excederam a velocidade em uma via que, segundo eles, teria condições de receber velocidade maior. Depois de outro período de embate, a máxima foi aumentada para 70 km/h. Mas os acidentes continuaram a acontecer; para começar a reduzir somente em 2012, segundo a Polícia Rodoviária. "Acho que os motoristas foram se acostumando com as pistas. Acredito que isso ajudou a diminuir, mas, mesmo assim, não passa uma semana que não aconteça um acidente na rodovia", afirma o gerente do posto de combustíveis Santo, Marcos Antônio Sônego, de 38 anos.

Colisões traseiras
Em entrevista à rádio Cruzeiro FM (92,3 MHz), o tenente Helder André Bonazzi, reafirma que a redução do número de acidentes deve-se às marginais. Segundo ele, o fluxo melhorou, os congestionamentos diminuíram, assim como os acidentes, trazendo certa segurança aos usuários. Com isso, de acordo com ele, equipes foram direcionadas para outros pontos, outras rodovias, como a rodovia João Leme dos Santos (SP-264), que liga Sorocaba a Salto de Pirapora. Essa rodovia, que neste ano passará por duplicação, faz parte de uma campanha da emissora "Duplicação Já!". Os acidentes que mais preocupam a polícia são os traseiros e os laterais. Tenente Helder recomenda que os motoristas mantenham distância segura do veículo que vai à frente e tenham cautela ao mudar de faixa ou acessar a rodovia. "As colisões traseiras têm sido as vilãs de acidentes aqui na rodovia Raposo Tavares", afirma.

Mesmo frente aos números apresentados pela corporação, o representante comercial Marcelo Câmara Carvalho, de 42 anos, disse que não houve redução. Ele usa a rodovia todos os dias e praticamente toda a semana vê um acidente. "Se houve redução, foi insignificante. Basta andar pela rodovia e ver um congestionamento que, com certeza, tem algum problema, quase sempre acidente. Há muito para melhorar ainda", diz. Também usuário de todos os dias, o motofretista Leonardo Ângelo Figueiredo de Lima, de 19 anos, concorda que houve certa redução, porém, acidentes ainda são comuns. "Observei que houve uma redução de acidentes, mas a imprudência e o excesso de velocidade continuam sendo os principais responsáveis pelos acidentes", afirma. Segundo ele, a fiscalização da Polícia Rodoviária também ajudou a diminuir os abusos e destaca que a rodovia está bem sinalizada.

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