Vereador suspeito de participar de estupro em SP é expulso do PSDB



Folha de São Paulo
O PSDB decidiu nesta terça-feira expulsar do partido um vereador de Itapetininga (a 170 km de São Paulo) preso na semana passada sob suspeita de ter organizado um encontro onde uma adolescente de 15 anos foi estuprada.
Douglas Mateus Monari Baptista está preso em caráter preventivo na penitenciária de Tremembé ( a 147 km de São Paulo). A decisão de expulsá-lo sumariamente foi tomada pela Executiva Estadual, "em virtude da gravidade das acusações contra ele".
O vereador será alvo de nova investigação da Polícia Civil, por suspeitas de que existam outras vítimas em festas organizadas por ele, além de denúncias relatando que ele coagiu testemunhas para que elas negassem a participação dele no crime.
O estupro ocorreu no dia 6 de março, segundo a polícia. Um suspeito de estuprar a jovem foi preso no dia do crime.
Na última quarta-feira, foram presos o vereador e outro homem suspeito de ter dado bebida alcoólica para a garota. Um adolescente de 15 também foi ouvido, já que com ele foram encontradas imagens do suposto estupro, mas não está detido.
De acordo com a polícia, a vítima havia sido convidada pelo adolescente e por Baptista para um churrasco. Como era amiga do garoto, ela aceitou. Ela relatou em depoimento que, ao chegar na chácara, percebeu que havia algo estranho e quis ir embora, mas foi dopada.
"Ainda aguardamos laudos para saber o que deram a ela, mas o fato é que perdeu a consciência e, quando acordou, estava ensanguentada e foi deixada por eles em um terreno abandonado", disse a delegada Leila Tardelli.
"Inicialmente, o vereador disse que os dois jovens tinham lhe pedido carona, mas as testemunhas disseram que foi ele quem alugou a chácara e pegou a menina para levar ao local", afirmou Tardelli.
Como o vereador já organizou diversas outras festas no mesmo local, a polícia pretende investigar se ocorreram estupros em outras ocasiões.
COAÇÃO
Ainda de acordo com a delegada, antes de ser preso o vereador coagiu testemunhas, indo diversas vezes a casas de pessoas que estavam no churrasco. "Havia indícios claros de que ele iria atrapalhar a investigação, até por isso foi feito o pedido de prisão", afirmou.
O Ministério Público já apresentou denúncia à Justiça, acusando o vereador de contribuir para estupro de vulnerável, mas o promotor responsável pelo caso disse que não poderia comentar a ação, pois agora corre sob sigilo.
O advogado de Baptista, Francisco Carlos Janez, disse que não comentaria o caso por causa do segredo de Justiça. Afirmou apenas que pretende pedir a liberação do cliente nesta semana. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos outros envolvidos.

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