A presidente Cristina Kirchner terá um mês de licença por hematoma no crânio

estadao.com
A presidente Cristina Kirchner terá um mês de licença por um hematoma no crânio. Na foto acima, do dia de sua segunda posse (10 de dezembro de 2011), Cristina está à direita, com a faixa presidencial. Do lado esquerdo, celebrando a cerimônia, o vice-presidente Amado Boudou, economista de passado neoliberal acusado de vários casos de corrupção. Os médicos ordenaram neste sábado à presidente que “não faça esforços intelectuais” durante um mês. No dia 27 o governo enfrentará decisivas eleições parlamentares.
O porta-voz de Cristina Kirchner, Alfredo Scoccimarro, anunciou neste sábado à noite que a presidente argentina ficará de licença médica durante um mês devido a um hematoma no crânio. Scoccimarro causou surpresa ao avisar que Cristina sofreu um traumatismo craniano no dia 12 de agosto, um dia após as eleições primárias simultâneas e obrigatórias, quando o governo sofreu sua pior derrota nas urnas em uma década. O porta-voz da Casa Rosada, o palácio presidencial – que não explicou as circunstâncias do traumatismo – indicou que na época Cristina fez uma tomografia que indicou um resultado “normal” e que posteriormente não havia tido sintomas.
No entanto, ontem de manhã a presidente foi assolada por fortes dores de cabeça. Na seqüência foi levada ao Hospital Fundação Favaloro, onde passou por uma série de exames entre as 12:00 e as 21:00 horas. Nos primeiros momentos o governo não confirmava a internação de Cristina nesse hospital. Mas, no fim da noite, Scoccimarro anunciou oficialmente o comunicado médico, no qual informa que a presidente passou por “avaliações neurológicas” e que os especialistas chegaram ao diagnóstico de uma “coleção subdural crônica” (um acúmulo de sangue entre duas membranas do cérebro).
Cristina Kirchner passará a presidência da República ao vice-presidente, Amado Boudou, economista de passado neoliberal e roqueiro amador nas horas vagas (e não tão vagas) que nos últimos dois anos tornou-se suspeito de uma série de escândalos de corrupção.
O relatório médico indica que a presidente Cristina deverá manter estrito repouso durante um mês e que não poderá fazer “esforços intelectuais”.
A licença de Cristina Kirchner coincide com a reta final da campanha das decisivas eleições parlamentares, marcadas para o dia 27 de outubro, terceiro aniversário da morte do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).
Em dezembro de 2011, dois meses após ser reeleita, o governo anunciou que Cristina padecia de câncer na tireóide e que deveria ser operada no Hospital Austral, instituição privada vinculada à Opus Dei. Três dias após a cirurgia, feita no dia 4 de janeiro, a Casa Rosada teve que admitir que, ao contrário do anunciado, a presidente não tinha câncer.
No entanto, nos últimos anos, a saúde de Cristina foi marcada por constantes lipotimias (pré-desmaios).
O vice-presidente Boudou, que estava de visita no Brasil, voltou ontem à Buenos Aires às pressas.
O governo Kirchner sofreu sua pior derrota eleitoral no dia 11 de agosto, quando, durante as eleições primárias simultâneas e obrigatórias, somente obteve 26% dos votos. A oposição, embora fragmentada, aglutinou em conjunto, 74%.
As pesquisas indicavam até este fim de semana que um cenário similar se repetiria nas eleições parlamentares do dia 27.

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