Após 23 dias, termina a greve dos bancários em São Paulo

Agências voltarão a funcionar normalmente a partir de segunda-feira; trabalhadores de Porto Alegre e Florianópolis rejeitaram a proposta e continuarão parados 


Carla Araújo, da Agência Estado, e Anna Carolina Pap, de O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - Bancários de São Paulo, Osasco e região decidiram, em assembleia nesta sexta-feira, encerrar a greve e aceitar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste salarial de 8%, com ganho real de 1,82%. Os pisos iniciais dos bancários receberão uma correção de 8,5%. Descontada a inflação, a reposição chega a 2,29%. O acordo foi aprovado por funcionários do Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e bancos privados.
Os bancários estavam de braços cruzados há 23 dias, tornando a greve a mais longa desde 2004, quando a paralisação foi de 29 dias. Com a decisão, os bancos de São Paulo voltarão a funcionar a partir de segunda-feira. Os funcionários rejeitaram a proposta da Fenaban de estender o período de compensação dos dias parados durante a greve para 180 dias, e irão trabalhar uma hora a mais por dia até 15 de dezembro.
Segundo Carlos Cordeiro, coordenador do Comando Nacional dos Bancários, da Contraf-CUT, a indicação para todo o País é a aceitação da proposta.
"A forte mobilização e a unidade da categoria foram fundamentais para romper a intransigência dos bancos e garantir avanços importantes, especialmente aumento real de salário e avanços nas condições de trabalho", afirmou.
A presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira, também indicou a aprovação da proposta feita pelos bancos. "O aumento real de 1,82% é maior do que a média dos aumentos reais dos bancários desde 2004. Em dez anos iremos acumular 18,33% de ganho real nos salários e 38,7% nos pisos."
De acordo com a Contraf, outras cidades também encerraram a greve, como Belo Horizonte, Campinas, Curitiba e o ABC Paulista. Já os bancários de Porto Alegre e Florianópolis rejeitaram a proposta e farão nova assembleia na segunda-feira.
A greve dos bancários chegou a fechar 56% das agências do País, segundo o sindicato. No início da paralisação, a categoria pedia 11,93% de reajuste – 5% de aumento real.

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