Aposentado recorda drama vivido há 22 anos no vendaval de Itu

Ventos a mais de 300 km/h deixaram 15 mortos e mais 200 feridos.

Região teve fenômenos naturais recentes em Porto Feliz e Taquarituba.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
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Há exatos 22 anos, completados nesta segunda-feira (30), a cidade de Itu (SP) sofria o maior acidente natural de sua história: um vendaval que deixou 15 mortos, mais de 200 feridos e causou um prejuízo financeiro enorme.
A ventania, de acordo com registros da imprensa na época, começou no fim da tarde de 30 de setembro de 1991, por volta das 18h30. Dez dos mortos foram vitimados dentro de um ônibus de estudantes que percorria a rodovia Santos Dumont (SP-75), que haviam saído de Salto e ia em direção a Sorocaba.
Vendaval atingiu Itu em 30 de setembro de 1991 (Foto: Reprodução/TV Tem)Vendaval deixou 15 mortos e mais de 200 feridos em Itu (Foto: Reprodução/TV Tem)
A velocidade do vento superou os 300 km/h, e as marcas de destruição ficaram visíveis por toda a cidade: casas destelhadas, postos de combustível com a cobertura arrancada, um hotel destruído.
Hoje aposentado, Milton Veronessi à época comandava uma oficina de funilaria e pintura e perdeu praticamente tudo, inclusive a casa em que vivia - um prejuízo que ele calcula ter levado 10 anos para recuperar.

Recentemente, a região voltou a ser alvo de pelo menos dois fenômenos naturais. Em julho, um vendaval destelhou várias casas em
 Porto Feliz e deixou três mortos e 12 famílias desabrigadas – o prefeito Levi Rodrigues chegou a decretar estado de emergência."Fiquei sem água 20 dias, sem luz por 15 dias, chovendo durante um mês e sem telhado na casa. Ao menos ficamos aliviados porque ninguém da família se feriu", conta. Enquanto assiste a um vídeo da época, fala da destruição. "Tinha uns pinheiros enormes aí, mas nessa imagem você já não consegue ver, caiu tudo."
No último dia 22, um tornado atingiu a cidade de Taquarituba, provocando duas mortes e danificando pelo menos 400 imóveis, entre eles as 37 empresas instaladas no distrito industrial da cidade. A expectativa é que só daqui a cinco meses todas as empresas voltem a operar normalmente.
O meteorologista José Carlos Figueiredo, do Institutio de Pesquisas Meteorológicas (IMPET), explica que o interior de São Paulo está numa região sujeita a receber tornados e vendavais, e que 99% dos fenomenos ocorre em áreas rurais, com pequena aglomeração e muito espaço livre. "É muito difícil que esse tipo de coisa ocorra numa área urbana", diz.
Fábrica na Zona Industrial ficou totalmente destruída (Foto: Gláucia Souza / G1)Empresas na zona industrial de Taquarituba foram destruídas (Foto: Gláucia Souza / G1)

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