Com oferta de cargos no governo, Paulinho diz que Solidariedade será 'independente'

Folha de São Paulo

O Palácio do Planalto entrou em campo para evitar que o Solidariedade, partido recém-criado, migre para a oposição e confirme apoio à candidatura do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da República. A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) se reuniu hoje com congressistas da nova sigla e prometeu manter os cargos que o partido já ocupa no governo em troca da sua permanência na base de apoio da presidente Dilma Rousseff.
"Com relação a cargos, boa parte desses parlamentares já são da base. Se eles porventura têm alguma indicação, obviamente isso será mantido", afirmou.
Muitos integrantes do novo partido eram de legendas aliadas do governo. Por isso, o Planalto acredita que a sigla não vai embarcar na oposição, nem na candidatura de Aécio.
Idealizador do partido, o deputado Paulo Pereira da Silva (SP) disse após o encontro com a ministra que a sigla vai ter postura "independente" na Câmara.
"Essa reunião serviu para tirar o mal estar de que estamos em uma oposição sistemática ao governo. Pelo contrário, vai ser um partido de independência na Câmara. Vamos votar de acordo com o interesse do país", afirmou.
Paulinho já havia declarado publicamente apoio à candidatura de Aécio e o rompimento com o governo federal. Agora, em um tom mais ameno, o deputado disse ter afinidade com o tucano, de quem é amigo, mas que essa não é a posição de toda a sigla.
"Eu tenho afinidade com a oposição, sou amigo do Aécio, mas não é o pensamento do partido todo."
O deputado disse que as alianças para a disputa nacional das eleições de 2014 serão definidas somente no ano que vem. "A nossa direção vai definir como será a composição em cada Estado. Eleição nacional, só em 2014", afirmou.
Ideli, por sua vez, disse que a maioria dos integrantes do Solidariedade é da base de apoio do governo Dilma. Por isso, na opinião da ministra, é natural que a sigla mantenha sua postura governista.
"Ficou bastante claro que a maioria dos parlamentares já é da base do governo e reafirmaram de forma categórica que querem continuar sendo da base do governo. Apresentaram vários motivos regionais de espaço nos partidos onde estavam para fazer a mudança para o Solidariedade, mas a maioria é da base, vai continuar na base", afirmou.
Sobre o eventual apoio do novo partido a Aécio, Ideli deu um recado a Paulinho ao afirmar que os integrantes da sigla preferem optar pelo apoio ao governo.
"Quando você tem uma agremiação partidária cuja maioria tem uma posição política, o presidente, se ele quiser se manter, ele tende a atender à maioria dos seus liderados. Claro que não vou fazer nenhuma observação no procedimento do partido, mas essa é uma regra meio de ouro na política. Você acompanha a maioria dos seus liderados."

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