Em acordo, policiais verificam se há animais no Instituto Royal

PMs se prontificaram para evitar nova invasão de grupo de ativistas.

Ativistas se reúnem em frente ao instituto e devem passar a noite no local.

Natália de OliveiraDo G1 Sorocaba e Jundiaí
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PM e ativistas negociam em frente ao Instituto Royal em São Roque (Foto: Natália de Oliveira / G1)PM e ativistas negociam em frente ao Instituto Royal em São Roque (Foto: Natália de Oliveira / G1)
Cerca de 50 ativistas, de acordo com a Polícia Militar, permaneciam em frente do Instituto Royal, em São Roque (SP), por volta das 2h30 da madrugada deste sábado (19).  Para evitar que o grupo novamente tente entrar à força no Instituto Royal, policiais militares conversaram com os manifestantes e fizeram um acordo para que os PMs verifiquem se há animais no espaço. Acompanhados de advogados da empresa, os policiais entraram no prédio, levando uma máquina fotográfica a pedido dos ativistas, para registrar o interior do prédio. Eles informaram aos manifestantes que não há mais animais no laboratório.
Nesta sexta-feira, a Justiça concedeu uma liminar para evitar novas invasões no Instituto Royal. Há 12 carros da Polícia Militar no local, segundo a PM de São Roque, acompanhando o protesto na madrugada deste sábado.

Até às 23h30 desta sexta-feira, um grupo, com aproximadamente 40 pessoas, está em frente ao instituto e deve passar a noite no local. A Polícia Militar de São Roque solicitou reforço de policiais da região, além do Batalhão de Choque.
Uma ativista, que não quis se identificar, disse ao policial que acredita que ainda tenha ratos no instituto, também usados nos testes de produtos farmacêuticos. "Nós estamos lutando pela vida, independente de qual espécie seja. Os beagles foram resgatados. Se tiver ratos ou coelhos, nós vamos resgatar", comentou a ativista.
Durante a madrugada desta sexta-feira, 178 cães da raça beagle e sete coelhos foram retirados da empresa por cerca de 100 pessoas que invadiram o prédio. Ativistas que participaram da invasão ao laboratório do Instituto Royal, que fica em São Roque, a 59 km de São Paulo, mostraram ao G1 sinais que, segundo eles, apontam para indícios de maus-tratos nos animais. Entre as marcas estão línguas cortadas, picadas para testes e vermelhidão nas orelhas, apontam os defensores dos animais.
Os sinais, de acordo com os ativistas, são resultados dos testes desenvolvidos para as indústrias cosméticas e farmacêuticas.
O diretor científico do instituto, João Antônio Pegas Henrique, rebateu a acusação dos ativistas. "Aqui nossos animais não sentem dor. Não é feito nenhum tipo de teste com crueldade. Seguimos todas as normas da Comissão de Ética no Uso de Animais, além de termos a supervisão do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal", diz.
Segundo João Antônio, os animais são submetidos a testes com pomadas e medicamentos aplicados por via oral e intravenosa. "Não fazemos nenhum teste invasivo com animais vivos. Na internet circulou informação de que foram encontrados animais decepados, sem olhos, isso não existe aqui."
Entenda o caso
Dezenas de ativistas derrubaram um portão e invadiram, por volta das 2h, o laboratório do Instituto Royal. Eles levaram em carros próprios dezenas de animais que estavam no complexo, segundo a Guarda Municipal da cidade e a Polícia Militar, motivados pelas suspeitas de que os bichos sofriam maus-tratos no local.
A manifestação de ativistas contra o laboratório começou no sábado (12), quando alguns manifestantes se acorrentaram em frente ao portão. Nesta quinta-feira (17), carros e caminhões chegaram ao instituto e começaram a circular boatos de que a empresa pretendia sacrificar os cães. O burbúrio nas redes sociais cresceu, assim como o número de ativistas presentes, até que a invasão começasse.
Após o tumulto, as duas partes foram à delegacia e registraram boletins de ocorrência - os ativistas por crime ambiental e maus-tratos, e o instituto por furto. A empresa admite testes com animais, mas nega maus-tratos e diz que segue todas as normas governamentais sobre o assunto.

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