Governo de SP terá 'tolerância zero' com cartel, diz Alckmin

Governador afirmou que Procuradoria Geral do Estado vai acompanhar denúncias de que ex-diretor da CPTM recebeu dinheiro de propina de esquema envolvendo setor metroferroviário


Carla Araújo - Agência Estado
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira, 16, que o governo terá "tolerância zero" com possíveis envolvidos no suposto esquema de cartel de trens que atuou nos governos tucanos. A afirmação foi em resposta às denúncias de que um ex-diretor da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) teria recebido US$ 863 mil em contas na Suíça. Segundo o Ministério Público, o dinheiro era fruto de propina.
"Seja funcionário ou ex-funcionário, haverá tolerância zero", disse o governador. Alckmin afirmou que João Roberto Zaniboni, já havia sido chamado pela Procuradoria Geral do Estado há cerca de dois meses, mas não compareceu. "Agora, a Procuradoria vai entrar junto no processo com o Ministério Público para acompanhar essa questão. Segundo o governador, o funcionário não trabalha no governo desde 2003.
De acordo com o MP, os depósitos na conta de Zaniboni ocorreram de 22 de setembro de 1999 e 20 de dezembro de 2002, entre o final do governo Mário Covas e o início da gestão Geraldo Alckmin, ambos do PSDB.
Na ocasião, Zaniboni teria autorizado 3 contratos de reforma de trens da companhia, no valor global atualizado de cerca de R$ 450 milhões. Parte do valor, US$ 200 mil, foi repassada para a conta de Zaniboni pelos lobistas Arthur Gomes Teixeira e seu irmão Sérgio, apontados como pagadores de propinas da Alstom, multinacional francesa que está sob investigação por suposto esquema de cartel e corrupção no setor metroferroviário, do qual também participou a alemã Siemens.
Ao Estado, a defesa de Zaniboni informou que os valores pagos referem-se a serviços de consultoria prestados em 1998, antes de assumir o cargo na CPTM.
Siemens. Nessa terça, o Estado revelou que um ex-executivo da Siemens afirmou em depoimento ao Ministério Público que houve pagamento de propina para beneficiar a empresa alemã e outras suspeitas de formação de cartel em licitações do sistema metroferroviário paulista.
Até então, havia só a admissão de um esquema de cartel para obter contratos durante os anos de 1998 e 2008, sem a participação de agentes públicos dos governos tucanos que se sucederam no comando do Estado.
Na semana passada, o presidente da Siemens Brasil, Paulo Ricardo Stark, afirmou que investigações internas não haviam identificado pagamento de propina a autoridades e políticos paulistas. A declaração foi dada durante audiência da CPI dos Transportes Coletivos da Câmara Municipal de São Paulo.

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