Homem descobre traição e ateia fogo em carro com a noiva em Sorocaba

Corpo ainda estava em chamas quando os bombeiros chegaram.

Companheiro tentou registrar boletim de ocorrência de desaparecimento.

Natália de OliveiraDo G1 Sorocaba e Jundiaí
9 comentários
A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) e a Polícia Militar de Sorocaba(SP) prenderam nesta segunda-feira (30) José Geraldo Loyola Freira, de 41 anos, responsável por matar e depois atear  fogo no carro onde estava a própria noiva. De acordo com a polícia, uma traição por parte de Deusinete Silva Araújo, de 51 anos, teria motivado o crime, que aconteceu nesta madrugada, no bairro Jardim Maria Eugênia.
O Corpo de Bombeiros foi acionado por moradores da região, por volta das 3h da manhã, para conter as chamas do veículo, que chegou a explodir. Após o incêndio ter sido controlado, os bombeiros notaram um corpo no porta-malas do carro. Por causa da carbonização, não foi possível identificar, no momento, se era de um homem ou uma mulher. Apenas foi identificado que a vítima usava um shorts curto.
José Geraldo teria matado a própria mulher por causa de uma traição (Foto: Natália de Oliveira/G1)José Geraldo teria matado a noiva por causa
de uma traição (Foto: Natália de Oliveira/G1)
Nas proximidades do local do crime, os policiais encontraram um aparelho celular e um galão vazio, com forte cheiro de gasolina. Através da placa do veículo queimado, os policiais militares foram até a residência do proprietário do carro e se depararam com José Geraldo saindo de casa. Questionado sobre a ausência da mulher, ele alegou que ela, que bebia muito, havia saído de casa na noite de domingo (29) e até o momento não havia aparecido.
Mas de acordo com o capitão da Polícia Militar, Rogério Lima, os policiais desconfiaram do homem e, por isso, o encaminharam para a DIG para ser feito o flagrante por homícidio doloso. "Era visível que ele era o autor do crime. Ao atear fogo no carro, José Geraldo acabou se queimando e teve que entrar em um córrego do bairro Maria Eugênia. Foi aí que deixou cair o celular que encontramos que, na verdade, é dele e não da vítima", explica o capitão.
O delegado da DIG, Acácio Leite, também ressaltou os indícios que o marido de Deusinete apresentava e que os levaram a crer que ele era o responsável pelo crime. "Além dele estar com os braços e as sombrancelhas chamuscados, também apresentava algumas lesões leves no corpo, possivelmente de arranhões", explica o delegado. Após os indícios, policiais militares e civis resolveram fazer uma vistoria na casa de José Geraldo, mas, até o momento, sem mencionar sobre a morte da sua noiva.

"Mas segundo versão dele, após ter encontrado mensagens com um outro homem no celular da Deusinete, que o levaram a crer que ela estava o traindo, eles começaram a discutir. No meio do confusão, ele conta que ela teria caído da escada, batido a cabeça e morrido. Sem saber o que fazer, colocou a mulher ensanguentada no porta-malas do carro, levou até uma rua do bairro e ateou fogo a fim de se livrar do corpo", explica o capitão da PM que, ainda, ressalta que José amarrou os braços da vítima no carro, mostrando não ter certeza da sua morte com a queda da escada.
No local, onde funcionava na parte debaixo um restaurante e em cima a casa, os policiais notaram que havia uma bagunça, aparentando que poderia ter ocorrido uma briga. Além disso, um galão semelhante ao apreendido no local do crime também foi encontrado na casa do suspeito. Dessa forma, os policiais mencionaram que Deusinete havia sido encontrada morta e José Geraldo não demonstrou nenhuma reação com a notícia. Questionado pelos policiais, acabou admitindo ter colocado fogo no carro em que ela estava.
Galão com gasolina e um celular foram encontrados no local do crime (Foto: Natália de Oliveira/G1)Galão com gasolina e celular foram encontrados
no local do crime (Foto: Natália de Oliveira/G1)
Diante dos fatos, José Geraldo irá responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar. A polícia agora aguarda um laudo do Instituto Médico Legal (IML) para saber se a vítima realmente estava morta quando foi colocada no carro ou só teria morrido após o companheiro atear fogo no carro onde seu corpo estava. Se ficar comprovado que Deusinete estava realmente morta, o acusado também poderá responder por ocultação de cadáver.
Porém, segundo o delegado Acásio Leite, José Geraldo poderá se livrar das acusações, já que tem problemas psicológicos comprovados. Ele tomava muitos medicamentos, estes que foram localizados no interior da sua residência. "Provavelmente, a defesa do acusado irá utilizar esse argumento. Que, após descobrir a traição da noiva, teve um surto e acabou matando a companheira", finaliza.
Após descobrir traição, homem colocou fogo em carro onde estava a própria noiva (Foto: Reprodução/TV TEM)Após descobrir traição, homem colocou fogo em carro onde estava a noiva (Foto: Reprodução/TV TEM)

Postar um comentário

0 Comentários