Instituto Royal reconhece que beagle resgatado não é de anúncio de venda

Empresa divulgou vídeo do momento da identificação do animal.

Segundo instituto, cão foi encontrado com informações colhidas na internet.

Natália de OliveiraDo G1 Sorocaba e Jundiaí
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Aparelho detectou o número do beagle através do chip implantado no cão (Foto: Reprodução/Instituto Royal)Instituto confirmou a posse do beagle após
reconhecimento de chip implantado no cão
(Foto: Reprodução/Instituto Royal)
Após divulgar que teria recuperado beagle que estava à venda em um site na internet, o Instituto Royal informou na noite desta segunda-feira (28) que o cão que foi resgatado não é o mesmo do anúncio. A empresa chegou ao animal por meio de informações obtidas em redes sociais. "O Instituto Royal esclarece que, diferentemente do anteriormente divulgado, as informações que possibilitaram o resgate do beagle foram obtidas em redes sociais, e não por meio do site [de vendas]", informa o laboratório, em nota oficial enviada à redação do G1. Mesmo não sendo o cão que estava à venda, o instituto afirma que o beagle encontrado é um dos 178 levados durante a invasão ao laboratório, em São Roque (SP).
Entretanto, o instituto acredita que alguns dos animais furtados da sede do laboratório estejam, de fato, sendo comercializados na internet e, por isso, promete continuar investigando os anúncios a fim de recuperar os cães. "É fato notório que cães subtraídos ilegalmente do Instituto Royal foram oferecidos à venda por meio de sites da internet. O Instituto Royal continuará tentando determinar a origem desses animais para que possam ser resgatados da maneira apropriada", explica.
O animal foi recuperado na última sexta-feira (25), em Valinhos (SP), quando a empresa conseguiu, por meio de ordem judicial, resgatar um dos animais que foram furtados do laboratório. Este é o primeiro cão recuperado pela empresa. Outros três animais já foram recolhidos pela Polícia Civil de São Roque. Em nota, o laboratório informou que o juiz responsável pela Vara Cível da Comarca de Valinhos determinou que o processo corra em segredo de Justiça.
Identificação do beagle
Além da nota oficial, a assessoria de imprensa do Instituto Royal também enviou à redação do G1 um vídeo que mostra o momento do resgate do beagle e a identificação do animal como sendo do laboratório de São Roque, através da detecção do chip implantado no beagle (veja o vídeo ao lado).
Em entrevista ao G1, o empresário que estava com o beagle recuperado pelo Instituto Royal afirmou que jamais colocou o animal à venda em site de compras e que nem sequer conhecia o laboratório de pesquisas.
O homem, que pediu para não ter o nome divulgado, informou que o beagle era bem tratado pela família, que até recebeu um nome: 'Sir Willians', e pede o animal de volta. "Eu tenho condições de cuidar dele até esse processo acabar. Ele já estava integrado [com a família]. Não foi correto o que foi feito", relata o empresário.
Homem fez comparação entre página que estaria vendendo cachorro retirado do instituto e o animal que estava em sua casa. (Foto: Arquivo Pessoal)Empresário fez montagem para comparar os
dois animais (Foto: Arquivo Pessoal)
O homem chegou a divulgar uma montagem de uma foto do cão que estava com ele com a imagem do anúncio no site, onde o beagle era vendido por R$ 2,7 mil, ressaltando a diferença entre os dois animais.
Alvará suspenso
A Prefeitura de São Roque suspendeu na tarde da sexta-feira (25) o alvará de funcionamento do Instituto Royal por 60 dias. Segundo o prefeito Daniel de Oliveira Costa, a suspensão doi decretada depois que ele recebeu documentos da comissão de deputados federais que investiga o caso.
O caso dos beagles ganhou repercussão depois que mais de 100 pessoas invadiram o Instituto Royal na madrugada do dia 18 de outubro e retiraram 178 beagles e sete coelhos usados em testes de produtos farmacêuticos. Os ativistas alegam que os animais sofriam maus-tratos no laboratório.
Já o diretor científico do Instituto Royal, João Antônio Pegas Henriques, nega que os bichos sofressem violência. "Nossos animais não sentem dor. Não é feito nenhum tipo de teste com crueldade", diz.
O Ministério Público investiga o Insituto Royal desde 2012, quando os testes com animais levantaram suspeitas de maus-tratos.

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