Mairinque:Câmara rejeita parecer e barra projeto antinepotismo



Abner Laurindo
abner.laurindo@jcruzeiro.com.br

Após quase duas horas e meia de discussão acalorada entre vereadores da oposição e aliados do prefeito Rubens Merguizo (PMDB), o projeto de lei que proíbe a prática do nepotismo dentro da administração municipal e no Legislativo da cidade foi rejeitado por 7 votos a 5, já na apresentação do parecer feita, ontem à noite, durante sessão ordinária na Câmara Municipal de Mairinque.

Nem mesmo a pressão realizada por populares que lotaram o plenário do Legislativo e exigiam a aprovação do parecer impediu que a maioria dos vereadores votasse contra o andamento do processo de apreciação da proposta.

O vereador Alexandre Peixinho (PV), que elaborou o projeto em conjunto com o vereador Rodrigo da Imobiliária (PMDB), disse que pretende fazer uma representação no Ministerio Público (MP) para analisar o procedimento da votação do parecer. Ele defende que o presidente da Câmara, José Teixeira de Macedo (PPL), não poderia conduzir o processo por possuir parente trabalhando como comissionado na administração pública.

"Ele também não podia votar, nem a vereadora Ildeia, cujo marido também é comissionado na prefeitura", ressaltou Peixinho. Ele disse ainda que pretende reapresentar o projeto contra o nepotismo após correrem todos os prazos regimentais.

Antes mesmo de encerrar a sessão, um grupo apareceu com duas pizzas grandes e distribui as fatias para as pessoas presentes no plenário, ironizando o desfecho do resultado da votação. Nos cantos da galeria, pessoas comentavam que aquilo seria o resultado da discussão sem fim dos vereadores.

Para convencer os demais vereadores a votar a favor do projeto, os dois legisladores usaram documentários e leituras de textos sobre corrupção e nepotismo. Até um vídeo de um discurso feito pela vereadora Ildeia de Souza (PT), que votou contra o parecer, defendendo um projeto contra o nepotismo em 2010 foi transmitindo num telão. Em outra estratégia usada pelos favoráveis, a proposta foi mostrar a cópia de uma escritura pública assinada pelo prefeito Rubens Merguizo, durante a campanha, prometendo não adotar a prática de nepotismo em sua administração.

A sessão também foi paralisada por 15 minutos porque o site do Legislativo apresentou problemas e ficou fora do ar. Para oposição, a situação foi uma manobra da mesa para tumultuar a votação e esvaziar a presença dos eleitores. Como o Regimento Interno exige a maioria favorável, a proposta será arquivada.

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