Manifestantes presos por queimarem veículos foram soltos


Os protestos são motivados pela realização de testes em animais Manifestantes presos por queimarem veículos foram soltos neste domingo houve pouca movimentação no local


Leandro Nogueira 
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br
 

Estão em liberdade todos os quatro jovens detidos na tarde do sábado acusados de vandalismo ou depredação durante o protesto de ativistas em frente ao Instituto Royal, em São Roque. Dois jovens que apedrejaram e atearam fogo em três veículos, sendo uma viatura da Polícia Militar (PM) e dois carros da emissora TV Tem, afiliada à Rede Globo, passaram a noite presos em São Roque. Eles foram soltos no início da tarde deste domingo, após conquistarem alvará de soltura na Justiça. 

Outros dois, um que chutou uma viatura da Polícia Militar Rodoviária e outro que pichou uma placa de trânsito, foram colocados em liberdade no próprio sábado, após pagarem fiança de um salário mínimo cada um, valor arbitrado pelo delegado Marcelo Sampaio Pontes. O valor teria sido conseguido por meio de rateio entre os manifestantes. 

Na tarde deste domingo o deputado federal Protógenes Queiroz (PC do B) foi até o Laboratório Royal, onde eram feitos testes com animais. Com a informação que o deputado iria vistoriar o local, cerca de dez ativistas também dirigiram-se para o laboratório na intenção de acompanhá-lo, no entanto, quando chegaram o legislador já não mais estava lá. 

Emídio Marques
insti8
Neste domingo houve pouca movimentação no local

O tenente da PM Fabrício Afonso de Souza, disse que o deputado chegou às 13h30 e deixou ou local às 14 horas. O oficial da PM acompanhou o deputado nas dependências do laboratório e afirmou que foram visitados a área denominada "canil maternidade" onde ficavam as cachorras prenhas e os filhotes e o "canil estoque", onde permaneciam os demais cães. Segundo o tenente Afonso, na visita com o deputado não foi visto qualquer cão no interior do laboratório. A reportagem não conseguiu encontrar o deputado Protógenes no início da noite deste domingo para comentar a visita. 

Os cerca de dez ativistas que lá compareceram, até às 17 horas ainda não haviam definido se permaneceriam em vigília na porta da empresa para tentar impedir que possíveis animais que lá ainda possam estar sejam retirados. Eles acreditam que ainda haja roedores no interior do laboratório. 

Os vândalos 

Os quatro vândalos presos foram acusados por dano qualificado e agora responderão a processo em liberdade. V.G.S., 21 anos e R.S.P., 25 anos, moram em Osasco e são acusados de terem atirado pedras e incendiado os três veículos. O primeiro trabalha como ajudante e o segundo é comerciante. M.V.P., 18 anos, é recepcionista, mora em Santos e foi acusado de ter pichado BB, em menção aos Blacks Blocs em uma placa de trânsito. G.M.C., 18 anos, auxiliar geral, de Guarulhos, foi acusado de ter chutado uma viatura da Polícia Militar Rodoviária. 

O tenente Afonso contou que os dois vândalos que atearam fogo nos carros foram presos na rodovia Raposo Tavares. Segundo o oficial, após o ato, eles deixaram o local e estavam rumando para São Paulo quando foram abordados e presos. Ele explicou que ambos foram acompanhados por policiais sem uniformes infiltrados nas ações que registraram os atos. O advogado André Luiz Zanardo, chegou a ser levado para a delegacia após exigir que os militares lhe dessem os respectivos nomes, mas foi liberado pelo delegado. 

Entenda o caso 

No sábado ocorreu a manifestação em frente ao Instituto Royal onde houve o confronto com policiais, inclusive da Tropa de Choque. O ato foi motivado pelo desejo dos ativistas fazerem uma inspeção no prédio do instituto. No local, realizam-se pesquisas na área de medicamentos e cosméticos usando animais como cobaias. Após cinco horas da ação, três carros, entre os quais uma viatura da Polícia Militar e dois pertencentes à TV Tem, foram depredados e incendiados. A Polícia Militar falou em cerca de 700 pessoas participando do protesto enquanto os ativistas declaravam haver 2 mil. 

Na sexta-feira um grupo de ativistas da Frente Antivivisseccionista do Brasil, com apoio de manifestantes, entrou na sede do Instituto Royal, em São Roque, e resgatou cães da raça Beagle, que eram utilizados em testes de laboratório. Após a invasão, no início da madrugada, pelas redes sociais os integrantes do protesto informaram que encontraram mais de 200 cachorros. Os bichos foram levados em carros particulares de ativistas. Após a invasão e retirada dos animais a Justiça expediu liminar proibindo que qualquer manifestante entrasse nas instalações do instituto.

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