Naufrágio deixa pelo menos doze mortos em Macapá

Barco virou quando participava do Círio, uma procissão fluvial em homenagem à Virgem de Nazaré


Circe Bonatelli e Alcinéa Cavalcante, especial para O Estado de S. Paulo
Embarcação virou em frente a uma região conhecida por Igarapé das Pedrinhas - Extra Amapá/Divulgação
Extra Amapá/Divulgação
Embarcação virou em frente a uma região conhecida por Igarapé das Pedrinhas
MACAPÁ - Pelo menos 12 pessoas morreram e outras 34 foram resgatadas neste sábado, 12, após o naufrágio de um barco que participava do Círio Fluvial no Rio Amazonas em Macapá (AP). Entre os mortos está o comandante do barco. O número de vítimas pode aumentar, pois até a noite deste sábado havia seis desaparecidos, entre eles um menino de 9 anos e sua mãe.
A embarcação de pequeno porte, alugada para o Sindicato dos Servidores Públicos, havia saído de Santana, a 24 quilômetros da capital do Amapá, às 7h30, com outros 37 barcos que participaram da procissão. Na volta, o barco virou na frente de uma região conhecida localmente como Igarapé das Pedrinhas.
O Círio Fluvial é realizado todos os anos em homenagem à Virgem de Nazaré, padroeira da Amazônia, e faz o percurso entre Santana e Macapá, com a imagem da santa.
"Não sabemos como o acidente aconteceu, vamos ter de apurar", afirmou Carlos Neves, capitão dos Portos no Amapá.
De acordo com sobreviventes, o barco bateu em um barranco antes de virar. "Foi questão de segundos", relatou um deles.
Contradição. Pelo número de atendidos, os bombeiros estimam que entre 80 e 100 pessoas estavam na embarcação, a maioria na parte superior, o que teria deixado o barco sem lastro. Neves, porém, diz que não havia sinal de superlotação.
Segundo o capitão, os barcos que participaram da procissão passaram por vistoria antes do evento e a embarcação transportava 40 pessoas – a capacidade máxima – e haveria coletes para todos. "Era uma embarcação nova, construída em 2010, e recentemente fiscalizada pela Capitania. O que aconteceu foi um infortúnio", disse Neves.
O capitão dos Portos no Amapá estimou que o afundamento da embarcação tenha durado menos de cinco minutos e disse que a maioria da pessoas foi resgatada por barcos que estavam nas proximidades.
"Não vimos o que aconteceu porque na volta da procissão não tem um deslocamento ordenado dos barcos, cada um vai para uma direção", explicou.
No pronto-socorro da região, era grande a movimentação de pessoas em busca de notícias de parentes que estavam a bordo.
O inquérito que será aberto pela Capitania dos Portos para apontar as causas do acidente tem de ser concluído em até 90 dias. O prefeito de Macapá, Clécio Luís (PSOL), decretou luto oficial de três dias.

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