Operadoras de celular investem na classe C

Empresas lançam smartphones 'populares' e novos serviços bancários pelo aparelho de olho no Natal e no público não bancarizado


Mônica Ciarelli e Vinicius Neder - Agencia Estado
RIO - A classe C entrou de vez no foco das operadoras de telefonia, que já estão lançando produtos e planos, inclusive com acesso à internet, de olho no Natal. A Vivo anunciou nesta terça-feira, 22, o início das vendas de dois smartphones "populares", usando um novo sistema operacional desenvolvido pela Mozilla. A Claro focou nos serviços bancários por celular e anunciou o lançamento piloto, em quatro cidades, do Meu Dinheiro Claro, em parceria com o Bradesco.

No caso da Vivo, o lançamento marca a chegada ao Brasil do sistema operacional para celulares Firefox OS, da Mozilla. O software móvel foi desenvolvido há dois anos pela Telefónica Digital e pela Mozilla, na Espanha. Além do mercado espanhol, o produto foi lançado na Colômbia e na Venezuela e, nos próximos dias, chegará a Peru, Uruguai e México. "Já foram vendidos 35 aparelhos hoje (terça-feira), na parte da manhã", comemorou o presidente da Telefónica Vivo no Brasil, Antonio Carlos Valente, em entrevista para o lançamento comercial dos celulares. A novidade já havia sido anunciada ano passado no evento de tecnologia Campus Party.
Por trás da inovação tecnológica está a possibilidade de oferecer smartphones, com acesso a internet banda larga, por preços mais conta. Segundo executivos da Vivo e da Mozilla, o novo sistema operacional é "extremamente leve" e, por isso, requer "hardware" (ou seja, o aparelho) menos potente e, portanto, mais barato.
O Alcatel OT Fire, por exemplo, custa nas lojas R$ 199,00 nos planos pré-pagos. Já o LG Fireweb sai por R$ 449,00, no mesmo plano. Ambos celulares foram desenvolvidos especialmente para o Firefox OS. Além da Alcatel - cuja marca é de fabricante chinesa - e da coreana LG, a norte-americana Qualcomm participou do desenvolvimento de chips.
Já a Claro aposta na classe C (e também nas abaixo dela) por outras vias: com o Meu Dinheiro Claro, serviço de transações bancárias por celular, a operadora quer chegar aos brasileiros que não possuem conta em banco. Muitas vezes, essa população está no setor informal da economia, não possui comprovante de renda e, por isso, não tem conta em banco - mas possui seu celular, geralmente pré-pago.
Carlos Zenteno, presidente da Claro, ressalta o potencial de crescimento desse serviço no País. "Muitos pais podem usar o celular para pagar a mesada dos filhos com mais segurança", explicou.
O Meu Dinheiro Claro é administrado pela MPO, joint venture entre Claro e Bradesco, com participação de 50% para cada empresa. O novo serviço chega para concorrer com a própria Vivo, que lançou em maio seu serviço piloto Zuum - uma joint venture da Telefónica com a MasterCard.
O sistema funciona como uma conta pré-paga, que precisa ser inicialmente aberta numa loja da Claro, mediante apresentação de CPF, RG e comprovante de residência. Em seguida o usuário recebe uma mensagem para finalizar a adesão - o sistema funciona em qualquer celular, não apenas smartphones.
Com o celular, pode fazer compras diretamente em qualquer estabelecimento integrante da rede da Cielo. Também é possível pagar contas (a R$ 1,50 por operação) e fazer saques em caixas do Bradesco (a R$ 5,00). 

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