Protesto acaba com 78 presos, coronel da PM ferido e centro de SP depredado

Ato convocado pelo Movimento Passe Livre descamba para a violência após duas horas de passeata pacífica; manifestantes invadem Terminal Parque Dom Pedro II e destroem 10 ônibus e bilheterias


O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Ato do Movimento Passe Livre (MPL) realizado na noite desta sexta-feira, 25, em defesa da gratuidade do transporte público reuniu 3 mil pessoas e terminou em confronto com a polícia, a prisão de 78 manifestantes e a destruição de parte da região central de São Paulo. Um coronel da PM foi agredido por mascarados.
Mascarados ateiam fogo em ônibus dentro de terminal - Daniel Teixeira/Estadão
Daniel Teixeira/Estadão
Mascarados ateiam fogo em ônibus dentro de terminal
Manifestantes invadiram o Terminal Parque Dom Pedro II e quebraram dez ônibus e bilheterias. Mangueiras de incêndio foram arrancadas, orelhões, danificados, e 17 caixas eletrônicos, depredados. Houve registro de assaltos a lojas.
No meio da confusão, o coronel Reynaldo Rossi, comandante do Comando de Policiamento de Área Metropolitana 1 (CPAM1), perdeu sua arma e foi atingido na cabeça por manifestantes mascarados. O Estado ouviu o policial falando com um colega sobre a perda da arma, mas o tenente-coronel Wagner Rodrigues, responsável pela operação, não confirmou a informação. Disse que ele poderia ter perdido o rádio.
Rossi sofreu fratura na escápula e, à noite, era submetido a uma tomografia no Hospital das Clínicas. A suspeita era de traumatismo craniano.
A concentração para o protesto começou às 17h, na frente do Teatro Municipal. Durante duas horas, o ato - que encerrou a chamada Semana de Luta por Transporte Público - percorreu pacificamente a Ligação Norte-Sul, causando congestionamento.
"Nos comprometemos a fazer um protesto pacífico", disse Nina Campello, do MPL. Enquanto isso, manifestantes criticavam os PMs e elogiavam os Black Blocs. "Ih, tá maneiro, Black Bloc é meu parceiro", gritavam. Os 800 homens que faziam o policiamento do protesto apenas observavam.
Violência. Após o ato pacífico, duas catracas de papelão foram queimadas e, perto das 20h, manifestantes chegaram ao terminal. Lá, picharam plataformas, pularam catracas, entraram nos ônibus e quebraram vidros. Uma pedra foi atirada em policiais que acompanhavam o ato de longe, desencadeando a reação da Tropa de Choque. PMs lançaram bombas de gás, e Black Blocs iniciaram o quebra-quebra. A polícia diz que agiu após tentativa de incêndio a um veículo.
A PM expulsou os manifestantes do terminal usando balas de borracha, apesar de o tenente-coronel Rodrigues ter dito anteriormente que os policiais não portavam a munição.
A funcionária de uma loja de chips para celulares diz que os manifestantes quebraram sua cabine e levaram R$ 1 mil. / ARTUR RODRIGUES, BRUNO RIBEIRO, DANIEL TEIXEIRA e LAURA MAIA

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