Viciados voltam às ruas da cracolândia após tratamento

Rafael Italiani

do Agora
O sonho de Jeferson de Araújo Feitosa, 23 anos, é ser modelo. Foi o que ele disse, com um sorriso no rosto, ao lado da mãe, em reportagem publicada pelo Agora no dia 21 de abril. Mas ele não resistiu ao poder do crack.
Janicleide de Araújo Xavier, 41 anos, mãe de Feitosa, viu o filho pela última vez no dia 20. "Recebi uma ligação dele me pedindo R$ 170. Ele me disse que, se eu não levasse o dinheiro, iriam matá-lo a facadas", afirmou a mãe.
Depois de ter falado com o filho, a última notícia que teve dele veio da polícia: o jovem está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de São Bernardo do Campo (ABC) desde o último dia 23. "Ele colocou a faca no pescoço de uma pessoa em um assalto", afirmou a mãe.
Resposta - Questionada sobre os problemas envolvendo a cracolândia, a Secretaria Municipal da Saúde afirmou que tem 449 vagas para internação de dependentes químicos na cidade de São Paulo. Desse total, de acordo com a secretaria, 289 são em hospitais (193 municipais e 96 do Estado).
A prefeitura afirmou que também tem 64 vagas em hospitais psiquiátricos e 162 leitos em clínicas de reabilitação.
Ainda de acordo com a secretaria, desde o início da operação na região da cracolândia, 1.456 pessoas foram internadas para tratamento.
Segundo o órgão, Vilmaro Santos, que disse que não consegue ficar sem voltar às ruas para fumar crack, é atendido diariamente no Caps AD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas) do Complexo Prates e passa por tratamento psiquiátrico.
A secretaria diz ainda que, no caso dele, "não há necessidade de internação neste momento, uma vez que o paciente encontra-se em condições de realizar o tratamento no local".

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