Amante é suspeita de esquartejar motorista

Para identificar mulher, a polícia pediu a quebra dos sigilos bancário e telefônico da vítima, que teve o corpo cortado e jogado em Higienópolis

Luciano Bottini Filho - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - A Polícia Civil pediu a quebra de sigilo bancário e telefônico do motorista Álvaro Pedroso, de 55 anos. Segundo as investigações, ele é o homem que foi morto e esquartejado, cujas partes do corpo foram jogadas em Higienópolis e a cabeça, na Praça da Sé, região central de São Paulo. Segundo sua família, ele desapareceu no dia 22 de março, quando teria saído com a amante, que é suspeita de mandar executá-lo, por ciúmes.
O Instituto de Criminalística (IC) ainda realiza exames de DNA para confirmar se os pedaços de corpo encontrados no mês passado pertencem mesmo à vítima.
O pedido de quebra de sigilo é uma tentativa de identificar a amante. Com os dados telefônicos e de gastos de cartão, por exemplo, a polícia poderá determinar onde o motorista esteve antes da morte e onde teria se encontrado com a mulher.
Após o desaparecimento do motorista, no dia 23, foram encontrados três sacos deixados em pontos diferentes perto do Cemitério da Consolação, com pernas, braços e tronco. No dia 27, uma cabeça foi achada na Praça da Sé por um morador de rua - a quatro quilômetros do ponto onde foram localizados os sacos plásticos com as outras partes do corpo.
A cabeça foi analisada por uma equipe do Laboratório de Arte Forense da Polícia Civil, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia confirmou que era da mesma vítima.
Um retrato falado, feito por computador com fotos da cabeça e uma tomografia do crânio, foi comparado às características de desaparecidos registrados em boletins de ocorrência. A família da vítima, que mora na zona sul, foi então chamada e reconheceu a imagem.
Prisão. Na sexta-feira, 4, a polícia prendeu João Eduardo Jerônimo, de 29 anos, suspeito de participar do crime. Ele teria recebido R$ 30 para jogar o os sacos com os pedaços do corpo em Higienópolis. Jerônimo foi reconhecido por meio de retrato falado feito com base em imagens de câmeras de segurança da Guarda Civil Metropolitana. Morador de rua e usuário de crack, ele já tinha passagem pela polícia por roubo. O suspeito negou ter matado e esquartejado a vítima, mas confessou que distribuiu partes do corpos.
Versões. O delegado-geral da Polícia Civil, Maurício Blazeck, disse nesta terça-feira, 8, que o suspeito de ter espalhado as partes do corpo pode ter mentido para esconder um maior envolvimento no crime. Segundo ele, tudo indica que o corpo seja mesmo do motorista.
"Como ele (suspeito) está preso, nós vamos ganhar tempo no sentido de intensificar a versão apresentada por ele e possível veracidade ou não", afirmou Blazeck. O delegado-geral disse que a versão do morador de rua tem duas situações: uma parece "uma história fantasiosa dele mesmo" e outra mais crível. Blazeck não entrou em detalhes sobre quais pontos poderiam gerar desconfiança.

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