Forças Armadas avançam pelo Complexo da Maré, no Rio

Veículos militares transportam os 2.500 agentes das Forças Armadas

Fábio Grellet e Luciana Nunes Leal/RIO

 - Fábio Motta/Estadão
Fábio Motta/Estadão
Apesar do avanço dos blindados do Exército e da Marinha pelas favelas do complexo da Maré, na zona norte do Rio, a rotina nas comunidades praticamente não mudou. Por enquanto não ocorreram confrontos nem há registro de presos, e a única novidade é que moradores se aglomeram perto dos tanques militares para fotografá-los. "Arma a gente já viu muitas, é comum, mas tanque de guerra eu não conhecia", afirmou uma moradora que se identificou apenas como Maria do Carmo, de 47 anos.
Os primeiros tanques e outros veículos militares que transportam os 2.500 agentes das Forças Armadas que vão ocupar o conjunto de favelas da Maré, na zona norte do Rio, começam a avançar para dentro das comunidades, onde moram 130 mil pessoas.
Na véspera da ocupação do Complexo da Maré, na zona norte, pelas Forças Armadas, a Polícia Federal apreendeu na sexta-feira, 4, armas, munição e drogas transportadas em um caminhão frigorífico, na Rodovia Presidente Dutra, altura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Investigação da PF indica que o carregamento, que saiu do Paraná, seria distribuído em favelas que já têm Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), como Jacarezinho, Manguinhos e Rocinha.
A intenção era reforçar o poderio dos grupos responsáveis por ataques recentes a UPPs e que resistem à pacificação da Maré. Na operação, foi preso o traficante Illan Nogueira de Sales, o Capoeira. Foram apreendidos seis fuzis, 38 pistolas, munições, carregadores e sete kits de rajada de pistola Glock, que aumentam o poder de fogo da arma. O motorista do caminhão frigorífico teria recebido R$ 10 mil para fazer o transporte.
Desde as primeiras horas deste sábado, os militares se deslocaram de seus grupamentos para as imediações do complexo, que tem 10 km2 de área e 130 mil habitantes e está ocupado pela Polícia Militar desde o último domingo. Hoje a área será tomada por 2.500 homens das Forças Armadas - 2.050 membros da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército e 450 fuzileiros navais da Marinha. Eles serão auxiliados por 200 policiais militares. A movimentação começou às 5 horas.

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