Mortes por atropelamento quase igualam a 2013


Em 2014 já foram sete vítimas, número próximo ao registrado em todo o ano passado, quando nove morreram

André Moraes
andre.moraes@jcruzeiro.com.br

Os acidentes ocorridos nos últimos dias causaram as primeiras mortes por atropelamento no trecho de Sorocaba da rodovia Raposo Tavares (SP-270). No total foram 7, número próximo ao registrado em todo o ano de 2013, que foram 9, conforme dados da concessionária CCR ViaOeste e a Urbes - Trânsito e Transportes. Somando-se ao número de pessoas atropeladas em ruas e avenidas do trecho urbano da cidade, o número de vítimas registrado em 2014 chega a 11. Enquanto os órgãos competentes afirmam realizar ações de conscientização, para garantir um trânsito mais seguro, moradores do entorno da rodovia apontam as inseguranças existentes no local.

Segundo a CCR ViaOeste, em 2013 foram contabilizados 24 atropelamentos no trecho da rodovia que passa por Sorocaba, entre os quilômetros 80 e 114, que resultaram em 9 mortes. Já neste ano, de janeiro até ontem, aconteceram 3 acidentes desse tipo, com 7 mortes. Nesses dados foram incluídos o atropelamento dos 12 jovens, dos quais 6 morreram, e o acidente da última segunda-feira, que vitimou um trabalhador da empresa que faz o recapeamento das vias da Raposo. 
A Urbes também possui informações sobre atropelamentos ocorridos em vias urbanas da cidade. Em 2014, até ontem, foram registrados 4 acidentes em que as vítimas morreram. Já em 2013, foram 16 pessoas mortas nessas circunstâncias. No ano passado, foram totalizados 385 atropelamentos, com 364 feridos, 4 saíram ilesos e as condições de uma vítima não foram identificadas. 

Ações de segurança

A concessionária CCR ViaOeste não informou sobre as ações que adota para evitar mais atropelamentos na rodovia Raposo Tavares. Somente relatou, via assessoria de imprensa, que os "casos de atropelamentos envolvem as mais variáveis causas: desde pessoas que se arriscam a atravessar a rodovia e optam por não utilizar a passarela, até atropelamentos de andarilhos que percorrem o acostamento e impossibilitam uma reação em tempo hábil por parte dos condutores." 

A Urbes, por sua vez, afirma que desenvolve, por meio de sua área de Educação para o Trânsito, campanhas de conscientização de pedestres e condutores. Entre as atividades educativas incluem-se as campanhas de travessia segura, que já foram realizadas em algumas vias da cidade. "A Urbes trabalha na sinalização das travessias de pedestres e em diversos dispositivos que promovam maior segurança, entre eles, os gradis de proteção que tentam evitar que os pedestres atravessem em locais inapropriados", relata.
Sobre os números de vítimas em atropelamentos, a empresa pública considera que eles sempre serão altos, "pois tratam-se de vidas ceifadas". "Cada acidente poderia ser evitado, porém, é preciso consciência ao transitar. O respeito às regras de trânsito é parte importante no processo de se preservar a vida de todos", explica.

Moradores próximos relatam ocorrências

Ao longo dos 34 quilômetros da rodovia Raposo Tavares que cortam a cidade de Sorocaba existem alguns bairros, que estão instalados às margens dessa via. Um deles é a Vila Colorau, que possui uma entrada colada à marginal. Por ter uma oficina mecânica bem de frente para a rodovia, naquele bairro, Valdir de Góes, 56 anos, disse ter presenciado acidentes por ali. "Aqui tem uma passarela perto, mas as pessoas insistem em pular a mureta", afirma. Sua esposa, a dona de casa Claudete Benta de Lara Góes, 55, afirmou sentir medo por morar tão próxima da rodovia. "Está perigoso demais", relata.

O aposentado José Lima, 70, costuma visitar um bar instalado na esquina da rua de entrada à Vila Colorau e reclama da falta de segurança que o local oferece. "Já morreu muita gente por aqui, porque muitos atravessam a rodovia. Com isso eles oferecem risco para todo mundo", opina. 

Além de lembrar das ocorrências de atropelamentos que acontecem perto do bairro, na rodovia, o comerciante Alisson Andrade, 23, afirmou que muitos carros não respeitam os limites de velocidade nas marginais da Raposo e entram nas ruas da Vila Colorau em alta velocidade. "Aqui é um bairro com muitos idosos e crianças, que andam sempre pelas ruas, por isso o risco é constante."
O bairro Quintais do Imperador também fica às margens da rodovia Raposo Tavares. Ali por perto, a auxiliar de comércio, Cristiane Maria Teixeira Santos, 39, relatou ter visto muitos acidentes. "Aqui é uma descida, então os carros passam correndo. E como a passarela é meio longe, já vi alguns atropelamentos. Dá medo até", diz. 

Apesar de morarem perto de Cristiane, os empresários Virgolino Ferreira dos Santos, 62, e Leonildo da Silva, 46, nunca presenciaram um acidente. "Mas todas as rodovias são perigosas, vai do cuidado de cada cidadão. Mas de uma coisa eu sei, que é que álcool não combina com volante de jeito nenhum", considera Santos. 

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