Em entrevista coletiva prefeito Daniel apresenta Comissão Interventora da Santa Casa


Hoje pela manhã em entrevista coletiva o prefeito Daniel de Oliveira Costa, apresentou a Comissão interventora da Santa Casa de Misericórdia de São Roque, nomeada pelo Decreto 7992/2014.

A Comissão é formada por, Ademir Francisco de Campos, ex-secretário de Saúde da cidade de Itu; Jorge Henrique Haddad, funcionário de Furnas por 24 anos e Sidney Muniz Sat’ana empresário do ramo educacional.

As respostas na entrevista coletiva foram dadas pelo Prefeito Daniel e pelo Diretor de Saúde, Dr. Sandro Rizzi.

Acompanhe abaixo os principais trechos da entrevista:

P – Qual o motivo da intervenção?

Prefeito Daniel – Na verdade é uma série de situações que vieram acontecendo e chegamos a esse momento da intervenção.  Mas os motivos foram inconsistência na prestação de contas e alguns desentendimentos nas questões operacionais.  Nós também indicamos um novo administrador e isso não foi acatado da maneira que achávamos que deveria ser acatado, então finalizou dessa forma.  Mas o que mais pesou foi à inconsistência na prestação de contas, baseado nisso nós criamos uma comissão de sindicância que apurou  uma série de situações que nos colocam numa fragilidade muito grande, depois com mais profundidade exatamente sobre tudo que aconteceu nos últimos dias, acho que o Dr. Sandro tem mais propriedade para esclarecer já que foi ele que conduziu todo esse processo que foi encerrado com a intervenção.

P – Quando o Sr. fala em problemas administrativos e prestação de contas, a pessoa(Julio Mariano) que era responsável pelo setor foi indicada pelo seu grupo, ele não atendeu a isso?

Prefeito Daniel – Na verdade não era Julio Mariano que fazia a prestação de contas e chegou um momento em que ele não atendeu mais as nossas expectativas e pedimos para substituí-lo.  Foi nesse momento que travou o diálogo. Por que a partir do momento que vem uma determinação do prefeito para substituir aquele diretor operacional, a medida tem que ser respeitada. Nós renovamos o convênio em abril e posteriormente a isso, nós queríamos uma começar com estrutura nova, uma visão nova, uma nova forma de prestação de serviço.  Até porque nós vínhamos cumprindo um contrato contratado na administração anterior.



P – Durante o ano passado a prefeitura fez vários repasses a Santa Casa, além do que estava acordado em contrato.  Em dezembro a Câmara aprovou um repasse de R$ 400.000,00 que sobrava de seu orçamento. Durante a gestão Julio Mariano que foi indicado pela administração municipal, vocês já vinham observando essas possíveis irregularidades nas prestações de contas?

Dr. Sandro – O Julio entrou com a missão de acertar uma questão que a gente tinha dúvida.  Será que o recurso que é repassado pelo SUS para manter a Santa Casa é usado para o SUS, ou ele mantém também os serviços particulares e de convênios. Essa que era nossa dúvida. E nós também observávamos que o dinheiro repassado poderia oferecer um serviço de melhor qualidade.  E o Julio entrou com essa missão.  Chegou um momento em que o Julio me disse que o dinheiro do SUS, não era utilizado para a manutenção de particulares e convênios. Nós confiamos.  Até o momento em que percebemos que não era verdade, que a prestação de contas não batia. Então foi quando percebemos que o Julio não estava correspondendo às expectativas, vamos pedir para mudar.  Quando pedimos para mudar não houve uma aceitação. O Rogério administrador indicado pela Prefeitura não teve a mínima condição de trabalho, inclusive tendo sido colocado num espaço físico inadequado para exercício de sua função.  Foi quando montamos uma Comissão de Sindicância.  Até então a prestação de contas era analisada só contabilmente, ou seja, receita e despesa. Quando a gente pega o teor das notas e analisa se percebe o mau uso do dinheiro público.  O dinheiro está sendo usado em particulares e convênios.  Obviamente que precisamos de mais documentos para afirmar isso com toda certeza.  Mas a lei é clara, uma vez que você levanta uma suspeita de mau uso de dinheiro público, isto está na lei 866 das licitações você não pode passar mais dinheiro público para aquela entidade, isso é regra do terceiro setor. Uma vez que você não pode mais passar recurso para aquela entidade começa a formar um eminente perigo público, porque, vai ter desassistência. E porque a intervenção neste momento as equipes médicas tem ser pagas até o dia 10, nós não podíamos deixar passar mais tempo.

P – Então além das suspeitas de possíveis irregularidades, também pesou o fato de a entidade não ter acatado a indicação do novo administrador?

Dr. Sandro – Antes de tomar qualquer atitude radical, você tem que ajudar a entidade resolver. Tomamos duas medidas mais drásticas, mudamos o administrador que está no contrato é indicado pela prefeitura mesmo e uma empresa de Consultoria em Gestão. Não deu tempo de esperar essa empresa de Consultoria e Gestão trazer o relatório final.  Ela vai trazer um relatório prévio no dia 15 ou 16 e o final depois de três meses. Uma vez aberta uma comissão de sindicância, na tem como esperar, o Ministério Público diz se tem alguma irregularidade no mau uso do dinheiro público você tem 15 dias para tomar uma atitude.

P- A intervenção é só no SUS?  

Dr. Sandro – Não, é no hospital. O grande problema lá é que é um CNPJ único. Não existe um CNPJ para os convênios e outro para o SUS, então essa é uma parte jurídica meio complicada.

P – Como vai ser a administração da Santa Casa a partir deste momento?

Dr. Sandro – Existe uma comissão de intervenção formada por três interventores e eles vão fazer a parte de gestão, junto com o administrador. Então o Rogério continua como administrador indicado pela prefeitura.
Toda equipe de enfermagem, médica continua, não muda nada.

P – Após esse período de 180 dias se forem sanadas as possíveis irregularidades  a Santa Casa voltaria a ser administrada pela irmandade, ou existe a possibilidade de se terceirizar o serviço?

Dr. Sandro – Eu acho prematura uma conclusão neste momento, porque a intervenção é para se fazer uma auditoria. A meu ver é seguinte: faz-se a auditoria, não achou nenhum erro grave, era só uma questão administrativa, de gestão, de organização, a equipe interventora organiza aquele serviço e pode devolver a irmandade.  No meu entendimento deveria mudar a forma de administrar para não voltar o que está acontecendo. Achou algo grave, aí vai para o Ministério Público, Tribunal de Contas, eles que vão decidir, não mais a gente. O que percebemos é que muitas vão para OS porque hoje em dia um hospital precisa de uma gestão profissional.  E esse modelo de Santa Casa com provedor, voluntários acaba não tendo os resultados esperados já que o dinheiro é curto, se não for profissional não consegue sobreviver.




Postar um comentário

0 Comentários