Garota espancada em Jarinu recebe alta de hospital

Jovem foi levada pela mãe e avô para casa de parentes.

Tio da vítima, suspeito do crime, foi preso e confessou a agressão em vídeo.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
A menina de 12 anos que estava internada depois de ser espancada em Jarinu (SP) recebeu alta da enfermaria médica do Hospital Universitário de Jundiaí (SP). De acordo com informações do boletim médico, divulgado nesta quarta-feira (2), a garota apresentou evolução satisfatória no quadro clínico e recebeu alta médica no início da noite. Ela foi levada pela mãe e avô para casa de parentes. O crime ocorreu no dia 19 de junho e o suspeito é o tio da garota.
Além das agressões contra a sobrinha, o pedreiro Tancredo Nassaku Júnior, de 33 anos, também teria matado o irmão dela, de um ano e nove meses. Ele foi preso na terça-feira (1º), em São Bernardo do Campo (SP). Em um vídeo gravado pela Polícia Militar, ele confessou o crime e contou quais foram os motivos da agressão.
Tancredo Nassaku Júnior, de Jarinu (Foto: Reprodução/G1)Tancredo Nassaku Júnior, de Jarinu
(Foto: Reprodução/G1)
No vídeo, o pedreiro conta que agrediu a menina porque ela o irritou. “Eu tava usando droga fazia dois dias, tava trabalhando normal, morava com a minha irmã. De repente discuti com a minha sobrinha e agredi ela. Aí o moleque começou a gritar e agredi ele também”, diz.
O pedreiro dá detalhes do crime. “[Bati] Com o pé e com a mão. Dei chute e depois soquei". Ao ser perguntado sobre sua pena, Tancredo sentencia: “Mereço morrer”.
Tancredo era procurado desde 20 de junho, quando teve um pedido de prisão temporária decretado pela Justiça.  As crianças foram encontradas pelo pai desacordadas na sala de casa. O menino não resistiu aos ferimentos e morreu.
Mensagem para o cunhadoComo ela apresentava ferimentos no órgão genital, a polícia acredita que ela tenha sido também vítima de estupro, mas o pedreiro nega o crime. Segundo ele, o ferimento foi causado por chutes desferidos contra ela. A polícia espera o laudo médico que vai apontar se ela foi vítima de violência sexual.
O crime comoveu a cidade de Jarinu, a 70 quilômetros de São Paulo. Em depoimento à polícia, Tancredo disse que brigou com a sobrinha porque ela ameaçou contar para a mãe que ele estava usando drogas. “Ele estava cheirando cocaína no banheiro quando a sobrinha viu e ameaçou contar para a mãe. Ele se irritou e enforcou a menina até ela desmaiar, então a chutou. Quando o irmão viu as agressões, começou a gritar, aí foi espancado até a morte”, afirma o investigador Marcos Roni de Almeida Tosta.
Crime foi no bairro Nova Trieste, em Jarinu (Foto: Reprodução/TV Tem)Crime foi no bairro Nova Trieste, em Jarinu
(Foto: Reprodução/TV Tem)
O pedreiro foi apontado como principal suspeito horas após o crime. “No mesmo dia ele mandou mensagem para o cunhado [pai das crianças] com uma ‘confissão informal’, onde dizia que estava no tribunal do crime e tinha que ser punido pelo que tinha feito”, explica Marcos.
Depois de fugir de Jarinu, o pedreiro passou por Atibaia e São Paulo até chegar a São Bernardo do Campo, onde passou a viver. Tancredo foi reconhecido por um policial ao ser abordado com um grupo de usuários de droga.
O criminoso está detido em um lugar não revelado pela polícia. Ele vai responder pelo homicídio do sobrinho e tentativa de homicídio da menina. O inquérito deve ser relatado nos próximos dias. Segundo a polícia, ele ainda não tem advogado de defesa.
Os investigadores continuam colhendo depoimentos de parentes e testemunhas e esperam ouvir, em breve, a mãe das crianças. "Até agora ela não teve condições de prestar depoimento, tamanho seu estado de devastação. Esperamos que agora, com a prisão do culpado, ela consiga vencer mais este desafio", afirma Marcos.

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