Grupo chegou a virar caçambas e atear fogo em lixeiras.
Dois rapazes que incitavam a violência foram detidos pela polícia.
Depois de fazer um protesto pacífico em frente à Prefeitura de Itu (SP), na tarde desta segunda-feira (29), parte dos 500 manifestantes saiu às ruas da cidade para continuar o protesto. Segundo a Polícia Militar, cerca de 100 pessoas fizeram passeata por algumas vias do Centro e pequenos grupos promoveram atos de vandalismo.
Ainda conforme a PM, o grupo chegou a ir até a frente do condomínio onde mora o prefeito deItu, Antônio Tuíze, mas deixou o local após forçar o portão de entrada, porém sem sucesso. Durante a passeata, duas pessoas foram detidas e levadas à delegacia por atear fogo em lixo e danificar placas de trânsito.
A situação em Itu é resultado da falta d'água que assola a cidade desde 5 de fevereiro deste ano, quando a concessionária Águas de Itu implantou o racionamento na cidade. No início, o rodízio era feito apenas nos bairros mais altos, onde a distribuição de água é mais difícil. Nos meses seguintes, o racionamento foi ampliado pelo menos mais três vezes e atualmente está em vigor na cidade toda.
Durante a passeata, os manifestantes interditaram a avenida Ermelindo Mafeie outros pontos importantes de circulação de veículos, como a rodovia que liga Itu a Jundiaí (SP).
Um grupo de vândalos chegou a virar uma caçamba de entulho no meio da via com o objetivo de obstruir a passagem de veículos. Algumas placas políticas também foram incendiadas pelos manifestantes, além de destruírem placas de trânsito pelo caminho. Alguns vândalos atearam fogo em lixo e materiais que encontravam pela rua.
O grupo seguiu até a avenida Otaviano Mendes, onde tomou a via. Eles sentaram na rua e usaram faixas com mensagens de protesto para chamar a atenção dos motoristas e pedestres que passavam pela via.
Policiais militares acompanharam o grupo e, ao constatar atos de vandalismo, fizeram a abordagem contra os baderneiros. Dois rapazes foram detidos e levados até a delegacia da cidade por promover e incentivar o tumulto e depredação.
Protesto pacífico
Cerca de 500 pessoas estiveram na frente da Prefeitura de Itu, na tarde desta segunda-feira (29), para protestar contra a falta d'água na cidade. De acordo com a Polícia Militar, apesar do movimento estar pacífico, o policiamento foi reforçado em frente ao prédio do executivo. Durante o protesto, 70 guardas ajudaram no policiamento. Algumas garrafas com gasolina foram apreendidas, mas ninguém foi preso.
Cerca de 500 pessoas estiveram na frente da Prefeitura de Itu, na tarde desta segunda-feira (29), para protestar contra a falta d'água na cidade. De acordo com a Polícia Militar, apesar do movimento estar pacífico, o policiamento foi reforçado em frente ao prédio do executivo. Durante o protesto, 70 guardas ajudaram no policiamento. Algumas garrafas com gasolina foram apreendidas, mas ninguém foi preso.
De acordo com a prefeitura, os funcionários foram liberados às 15h e o prefeito Antônio Tuíze não esteve presente durante o protesto. A prefeitura informou que ele cumpriu um compromisso, na capital paulista.
Os manifestantes usaram apitos e pediram para que fosse decretado estado de calamidade na cidade.
'Situação de guerra'
"Nós estamos em uma situação de guerra", é o que disse o secretário de Segurança e representante do comitê que cuida da gestão da água em Itu, coronel Marco Antônio Augusto. Apesar da declaração, ele afirmou para a imprensa e um grupo de manifestantes que não será decretado estado de calamidade pública em Itu.
"Nós estamos em uma situação de guerra", é o que disse o secretário de Segurança e representante do comitê que cuida da gestão da água em Itu, coronel Marco Antônio Augusto. Apesar da declaração, ele afirmou para a imprensa e um grupo de manifestantes que não será decretado estado de calamidade pública em Itu.
Segundo ele, não existe requisitos na lei para que seja decretado o estado de emergência ou calamidade e que a Defesa Civil informou que ainda não há precedentes para isso.
De acordo com o secretário, o Comitê de Gestão de Água criado pela prefeitura, com apoio da Defesa Civil estadual, vai identificar a situação real de Itu. "O comitê é operacional. Nós vamos verificar se as coisas estão acontecendo", comenta.
Marco Antônio informou que foram identificados 17 bairros na região alta de Itu que não estão recebendo água pela rede de abastecimento. "Para esses bairros, é necessário o fornecimento de água por caminhões-pipa, que é feito com 44 caminhões". O secretário explica que, durante à noite, dez caminhões fazem o abastecimento nas áreas de saúde e educação."Nas regiões baixas, a água está chegando normalmente, dentro do rodízio". Apesar da medida não ser suficiente, como reconhece o secretário, a prefeitura está vendo para aderir mais caminhões para abastecer os moradores."Estamos vendo onde tem água na região para ir buscar", conta.
No início da noite, os moradores entregaram um documento ao secretário pedindo mais informações sobre o problema da falta de água em Itu. Os manfiestantes querem saber sobre três situações: o porquê da venda da concessionária da Águas de Itu para a empresa Águas do Brasil, explicação de não decretar estado de calamidade pública na cidade e, também, pedem um prazo para a prefeitura sanar a falta d'água. O secretário informou que deve responder as solicitações em 15 dias.
Três protestos na cidade
Este é o terceiro protesto em setembro contra a crise hídrica em Itu. Na semana passada, dia 22, cerca de dois mil moradores se reuniram nas ruas do Centro e caminharam até a Câmara Municipal. Um grupo conseguiu abrir à força o portão e invadiu o local e promoveu um tumulto com a PM.
Este é o terceiro protesto em setembro contra a crise hídrica em Itu. Na semana passada, dia 22, cerca de dois mil moradores se reuniram nas ruas do Centro e caminharam até a Câmara Municipal. Um grupo conseguiu abrir à força o portão e invadiu o local e promoveu um tumulto com a PM.
Já no dia 25 de setembro, mais pessoas foram novamente às ruas para protestar. A pé, o grupo foi até o comitê de campanha do ex-prefeito e candidato a deputado federal Herculano Passos Júnior (PSD). A polícia foi chamada para dispersar as pessoas e usou bombas de efeito moral.
De acordo com os manifestantes, ele seria o responsável pela crise no abastecimento de água na cidade. Eles também pedem para que o atual prefeito, Antônio Tuíze, decrete estado de calamidade pública na cidade. "Quinze dias sem água dentro de casa. Procura aí nos bairros, todos os bairros de Itu está assim. Não comandamos a natureza, mas se tivesse reservatório não seria o que é", afirma o estudante César Gabriel Dias.
Em nota oficial, a coordenação da campanha do candidato Herculano Passos lamentou os incidentes registrados na noite do dia 25 de setembro e afirmou que reforçou a segurança do local após os ataques, depredações e tentativas de invasão por vândalos infiltrados na manifestação.
Entenda o caso
Os moradores de Itu enfrentam o drama da falta d'água desde 5 de fevereiro, quando a concessionária Águas de Itu implantou um racionamento na cidade. O problema é que os moradores reclamam que o rodízio de água não é cumprido como anunciado pela empresa e muitos bairros estão sem água há dias.
Os moradores de Itu enfrentam o drama da falta d'água desde 5 de fevereiro, quando a concessionária Águas de Itu implantou um racionamento na cidade. O problema é que os moradores reclamam que o rodízio de água não é cumprido como anunciado pela empresa e muitos bairros estão sem água há dias.
Há dezenas de relatos de pessoas que chegam a ficar 15 dias sem água. O abastecimento com caminhões-pipa também é alvo de reclamações. Até o atendimento ao consumidor gera queixas, já que muitas vezes o morador fica vários minutos no telefone e não consegue ser atendido. (Veja vídeo acima)
Em 25 de julho, a promotoria de Justiça do Ministério Público instaurou um inquérito civil para apurar a responsabilidade da prefeitura, da agência reguladora e da Águas de Itu no problema de abastecimento de água.
O MP também recomendou à prefeitura que decretasse estado de calamidade pública, o que permitiria realizar obras com mais facilidade, principalmente para aumentar a captação de água, já que o processo de licitação não seria necessário. A prefeitura não atendeu a recomendação, mas anunciou medidas para tentar contornar o problema, como a suspensão de todas as licenças para a construção de novos empreendimentos habitacionais.
Em entrevista à TV TEM no dia 7 de agosto, o secretário de Assuntos Jurídicos da cidade, Denis Ramazini, afirmou que a recomendação do MP era desnecessária. "Acreditamos que isso [decreto do estado de calamidade] não era preciso, já que todos os serviços públicos como escolas, postos de saúde e a polícia estão funcionando normalmente. É possível o município dar uma resposta para o problema do abastecimento”, afirmou, na época. (Veja o vídeo ao lado)
O Ministério Público em Itu reforça a importância de que as reclamações sobre a falta d'água na cidade sejam registradas, já que os protocolos serão anexados no inquérito e encaminhados ao Poder Judiciário. O prédio do Ministério Público está localizado na Rua Goiás, 194, no bairro Brasil. Ao lado da Delegacia da Mulher.
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