Com presença de ministra, lésbicas selam união em casamento coletivo no RS

Local original da cerimônia foi incendiado durante a semana; evento contou com 29 casais



SANTANA DO LIVRAMENTO - Alvo de polêmica sobre casamento gay em um Centro de Tradições Gaúchas (CTG) no Rio Grande do Sul, o casal Solange Ramires e Sabriny Benitez selou a união homoafetiva em um casamento coletivo realizado na tarde deste sábado, 13, em Santana do Livramento, na fronteira do Estado gaúcho com o Uruguai, que contou com a presença da ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti. Ao todo, 29 casais participaram da cerimônia. Elas eram o único casal gay.
O palco para cerimônia seria o CTG Sentinelas do Planalto, de Santana do Livramento. No entanto, depois de um incêndio criminoso ocorrido no local, na quinta-feira, o casamento foi transferido para o fórum da cidade fronteiriça.
Solange e Sabriny foram recebidas com muitos aplausos durante a cerimônia em Santana do Livramento. Após o casamento, Sabriny sintetizou. "Queremos agora é ser feliz", resumiu.
Ideli isentou o Estado gaúcho de ser homofóbico e racista. “Infelizmente estes crimes acontecem no território brasileiro como um todo. Por isso que, quando acontece, nós temos que dar muita atenção para que a sociedade brasileira como um todo crie um constrangimento social para que as pessoas não manifestem preconceito e não tenham manifestações violentas”, avaliou.
A ministra lamentou que episódios envolvendo homofobia também tenham ocorrido dias atrás em Goiás e Piauí. Ela pediu celeridade para que o Congresso aprove uma lei para combater crimes homofóbicos. “A criminalização da homofobia é um avanço legislativo que precisamos ter e que o Congresso precisa aprovar”, disse.
Como a juíza gaúcha Carine Labres determinou a realização de um casamento coletivo, com gays, em um CTG, a magistrada passou a ter proteção 24 horas desde quinta-feira. Em função do incidente, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, desembargador José Aquino Flôres de Camargo, também foi à cidade de Santana do Livramento para trazer mais segurança à juíza e ao processo jurídico do casamento coletivo.
Por causa da cerimônia, um grande aparato policial foi montado pela Brigada Militar gaúcha. Apenas os noivos e familiares tiveram acesso à rua Barão do Triunfo, onde fica a sede do judiciário da cidade.
O altar onde foi presidida a cerimônia ganhou as bandeiras do Rio Grande do Sul. Uma bandeira que representa o movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros (LGBT) foi estendida na mesa onde os noivos trocaram alianças.
A Polícia Civil já identificou quatro suspeitos de terem ateado fogo no CTG  Sentinelas do Planalto, porém, ninguém ainda foi preso. O local passa por reparos para receber eventos do folclore gaúcho, marcado para este domingo.

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