Condenados mais 5 réus do bando que extorquia traficantes

Foram julgados três policiais civis e dois comparsas


Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br 


A Justiça Federal condenou à prisão mais cinco réus da quadrilha que usava policiais para atrair e extorquir traficantes da Bolívia e Colômbia. São três policiais civis e dois comparsas, e uma das penas chega a 34 anos de prisão. Treze já foram condenados até agora. No grupo todo são 16 réus acusados de negociar entorpecentes e há sete policiais civis, a maioria do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e um de Sorocaba, que havia trabalhado na Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise): Glauco Fernando Santos Fernandes. Alegando sigilo no processo, a Justiça Federal deixou de informar os nomes dos condenados na decisão divulgada nesta semana. A quadrilha foi dissolvida em fevereiro do ano passado pela Operação Dark Side da Polícia Federal em Sorocaba, após um semestre de investigações. 

O advogado Carlos Eduardo Belmejo, que defende o réu que morava em Sorocaba, decidiu não responder às questões da reportagem na tarde de ontem, também alegando o sigilo decretado na ação judicial. Ele inclusive comentou que foi instaurado um inquérito policial para apurar o vazamento de informações expostas na imprensa. Todos os acusados da Operação Dark Side foram distribuídos em seis diferentes ações. As decisões das duas primeiras saíram em abril deste ano e a sentença desta semana foi a terceira: há outras três para serem julgadas. Até o momento, as 13 condenações são em primeira instância, ou seja, podem mudar se os apenados ingressaram no prazo com os recursos nas instâncias superiores da Justiça. 

Na sentença divulgada nesta semana um dos policiais foi condenado a 34 anos, dez meses e 16 dias de prisão pelos crime de tráfico internacional, associação internacional para o tráfico, peculato e porte ilegal de arma. Os outros dois policiais foram condenados, cada um, a 20 anos, quatro meses e 16 dias de prisão pelos crimes de tráfico internacional, associação internacional para o tráfico e peculato. Um dos colaboradores foi condenado a 19 anos, nove meses e seis dias de prisão pelos crimes de tráfico internacional, associação internacional para o tráfico e peculato. O outro colaborador foi condenado a 16 anos, oito meses e dois dias de prisão pelos crimes de tráfico internacional e associação internacional para o tráfico. A terceira sentença foi pronunciada pelo juiz substituto da 1ª Vara Federal em Sorocaba, Marcos Alves Tavares. 

As decisões dos dois primeiros processos foram proferidas em abril deste ano pelo juiz federal Luís Antônio Zanluca. Em ambas foram condenados os traficantes vítimas das extorsões praticadas pelos policiais civis. Na primeira delas foram julgados dois fornecedores bolivianos de cocaína, mais dois brasileiros que os atraíam para negociar, além de um terceiro brasileiro que também negociou com os policiais golpistas. E na segunda delas foram condenados um traficante colombiano e um casal de brasileiros que forneceriam aos policiais golpistas 268 quilos de cocaína de outro traficante boliviano.

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