Dilma rebate ataques de Aécio: ‘não estou assustada’

A presidente Dilma Rousseff, que concorre à reeleição, negou que sua campanha esteja em um "momento delicadíssimo", como afirmou o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, em Recife. Em entrevista coletiva nesta terça-feira em São Paulo, Dilma também respondeu ao adversário, Aécio Neves, que afirmou que Dilma está "assustadíssima" com a possibilidade de perder a eleição.

— Não só não estou assustada, como também não estou nervosa, nem agrido nenhum repórter, não faço nada disso — contra-atacou a presidente, sem entrar em detalhes, mas referindo-se a um episódio que circula na internet com Aécio discutindo com um repórter em 2012: — Agora nós vamos ter uma discussão a sério e vamos cotejar não só o meu governo, mas o que o governo dele fez em Minas e tentar entender por que ele não foi eleito em Minas.
Como já ocorreu em outras circunstâncias, Dilma desautorizou o ministro Carvalho que, em um evento na segunda-feira em Recife, disse que a campanha petista vivia um "momento delicadíssimo":
— Não concordo com o ministro Gilberto Carvalho. Não acho que vivemos momento delicadíssimo nenhum.
Dilma disse estar "tranquila" em relação aos debates do segundo turno.
— Esse debate é melhor, né, porque ele fica mais igual. Não é sete mais contra um, ou seis contra um, nem lembro quantos eram (os adversários do primeiro turno).
A presidente deu mostras de que deve atacar a gestão de Aécio como governador de Minas.
— Não adianta ele fazer uma vacina contra a realidade. A realidade não tem vacina contra ela. Ele vai ter de explicar, por exemplo, por que ele, com choque de gestão e tudo, produziu a segundo dívida maior entre todos os estados brasileiros. Ele vai ter de explicar por que o governo tucano teve de fazer um termo de ajustamento de gestão com o Tribunal de Contas do Estado de Minas.
Segundo a presidente, que não precisou se o termo foi assinado por Aécio ou por seu sucessor, o TCE redigiu o documento por falta de investimentos em saúde e educação.
— Na saúde, R$ 7,6 bilhões no período 2010-13, e, na área da educação, R$ 8 bilhões. E muitas outras cositas mas.
A presidente negou que o ex-presidente Lula esteja ausente de sua campanha, como tem sido levantado por setores do PT, uma vez que, desde o começo do segundo turno, os dois não tiveram agenda conjunta.
— Lula não está ausente. Vivo falando com ele por telefone. Pelo contrário, o presidente Lula fez uma grande plenária, muito boa, está fazendo uma série de atividades e vamos fazer várias atividades juntos, podem ficar tranqüilos. Ele vai participar ativamente da campanha.
Dilma disse que não tem intenção de fazer uma carta-compromisso nos moldes da divulgada no final de semana por Aécio Neves, mas tratando de corrupção e do caso Petrobras.
— Não pretendo fazer carta de intenção nenhuma. Eu tenho palavra, sou presidente da República e todos que me conhecem sabem que o que eu falo eu luto para cumprir_ disse ela, dizendo que apresentou cinco pontos de combate à corrupção em sua plataforma de governo e defendeu o combate à impunidade:_ Se fizerem um elenco de casos de corrupção, vocês vão ver que o grau de impunidade no Brasil é extremamente elevado.
Sobre as pesquisas de intenção de voto, Dilma disse preferir acreditar no Data Wagner, em referência ao governador da Bahia, Jaques Wagner, que, segundo ela, acertou todos os prognósticos da Bahia desde 2006, sempre dizendo que, no estado, o PT ganharia no primeiro turno. Depois, brincando com os repórteres, chamou o governador petista. Questionado por repórteres sobre qual seria o resultado desta eleição, respondeu: 51 a 49, para Dilma. Com a pergunta sobre ser um placar tão apertado, respondeu:
— Assim é mais gostoso.

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