Eleições dominam as redes sociais. Entenda o fenômeno

São Paulo - As eleições dominaram as conversas nas redes sociais por serem o assunto do momento. Essa é a explicação de executivos do Twitter e do Facebook para o fenômeno, que vem crescendo muito nos últimos meses.
"No metrô, no ônibus, o principal assunto hoje é eleição", afirmou Leonardo Stamilo, diretor de jornalismo e política do Twitter, em entrevista a EXAME.com. 
Eleições: jovens que têm entre 18 e 24 anos são os que mais comentam sobre o tema no Facebook© Elza Fiúza/Agência Brasil Eleições: jovens que têm entre 18 e 24 anos são os que mais comentam sobre o tema no Facebook
A afirmação foi complementada por Camila Fusco, gerente de comunicação do Facebook, em entrevista a EXAME.com. "Como a disputa está superacirrada, isso se reflete nos comentários", disse ela.
Números
Para se ter uma ideia do volume de conteúdo gerado pelas eleições, todos os debates realizados até agora geraram (individualmente) mais tuítes do que a estreia do programa The Voice Brasil, da TV Globo. Assim como os debates, o programa foi exibido em rede nacional no último dia 18.
No Facebook, o número de comentários, curtidas e compartilhamentos ligados a eleições entre 5 de julho (início oficial da campanha eleitoral) e 5 de outubro (dia do primeiro turno) foi maior que o registrado na última disputa eleitoral da Índia. Lá, o número de eleitores é quase seis vezes maior que o do Brasil. 
De acordo com Camila, a faixa de público que mais comenta sobre as eleições no Facebook é composta por jovens que tem entre 18 e 24 anos de idade. O Twitter não tem um levantamento nesse sentido, mas é bem provável que as pessoas que mais debatem o tema no site estejam na mesma faixa etária. 
Porém, nem todo mundo está disposto a discutir política nas redes sociais.

Como evitar

No caso do Twitter, não há muito o que fazer. Para Stamilo, quem não gosta de política deve deixar de seguir os amigos que falam sobre o tema se não quiser saber do assunto. 
Já o Facebook oferece três alternativas para resolver o problema. São elas: as opções "bloquear" (exibido quando você clica no botão com reticências no perfil do usuário alvo), "Não quero ver isso" e "Deixar de seguir" (ambas exibidas para o usuário quando ele clica na seta à direita de cada publicação exibida no feed de notícias).
"Bloquear é a medida mais drástica", explica Camila.
Ao optar por ela, você deixa de ser amigo do outro usuário e não consegue localizar o perfil dele nem por meio de buscas no site.
Já "Não quero ver isso" oculta a postagem em questão e treina o algortimo do Facebook para exibir menos postagens com aquele tipo de conteúdo para você. 
"Deixar de seguir" faz com que você não receba mais as publicações daquele usuário no Facebook (sem deixar de ser amigo dele).
"É uma solução intermediária", afirmou Camila.
Legado
Tanto Stamilo quanto Camila entendem que as eleições de 2014 representam um ponto importante da história do Twitter e do Facebook no Brasil.
Para Stamilo, o Twitter foi um dos protagonistas dessa eleição. No seu entendimento, a importância do papel do site no cenário eleitoral vem crescendo desde as eleições de 2010. 
"O Twitter se consolidou como uma plataforma de segunda tela não apenas para esporte e entretenimento, mas também para assuntos considerados sérios - como é o caso das eleições", afirmou Stamilo.
Já Camila destacou que o volume de interações registrado no Facebook pode mudar a forma como os políticos apresentam suas ideias nas próximas disputas.
"Com os recordes de interações e intenso debate sobre o tema no Facebook, as campanhas devem mudar daqui para frente", disse ela.

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