Ex-vereador é autor de lei que cria hino da cidade


Cinco mandatos, 22 anos como vereador pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em Mairinque. Desligou-se da vida político-partidária há cerca de dez anos, mas, à época, estava filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Ele não quer mais se envolver com a política, mas continua como um observador e crítico dos políticos brasileiros. Acha que o país tem jeito, antes, porém, diz que muito precisará ser mudado. Autor do projeto de lei que instituiu o Hino de Mairinque, o ex-vereador Paulo Assini Júnior, 65, é conhecido na cidade pelo apelido Pangué, e, atualmente, evita falar em política. Pangué preocupa-se hoje com a empresa dele: Pangué Produtos Esportivos Ltda.

Nascido em São Paulo, o ex-vereador mairinquense não ficou muito tempo na capital, logo voltou para a cidade, onde moravam seus pais. O pai dele foi ferroviário e os irmãos também. A mãe cuidava mais dos interesses da família e não atuava no mercado de trabalho. Pangué decidiu estudar Direito e graduou-se advogado, mas acabou virando político e industrial. "Montei minha empresa aqui e aqui fiquei. Já são trinta anos de atividades", afirma. Este ano, em parceria com a empresa de Correios, Pangué comemora as três décadas da sua fábrica com um selo comemorativo. "Trabalhamos com quase mil produtos, mas começamos com redes esportivas. Fabricamos, também, móveis de madeira", diz o ex-vereador que há trinta anos contribui para o desenvolvimento econômico de Mairinque, por meio dos impostos arrecadados e da produção. "Fui gerente da Penalty por oito anos, depois montei a minha fábrica", lembra.

Além de auxiliar no crescimento econômico da cidade, Pangué também colaborou com Mairinque durante o período em que foi vereador e, hoje, boa parte da produção dos materiais desenvolvidos por ele é confeccionada por meio de um programa estadual aplicado com a mão de obra de presidiários. "Hoje está mais organizado, eles (presidiários) sabem quanto ganham, para quem trabalham e têm um coordenador de produção que cobra os serviços", destaca.


Ferrovia x rodovia


No dia 1º de fevereiro de 1983, Pangué tomava posse de seu primeiro mandato, que era de seis anos. Tratava-se de uma cidade diferente da de hoje. "Mairinque era estritamente dependente da ferrovia. Praticamente, todas as pessoas aqui trabalhavam para ela", lembra. Diz que a vida era regida pelo apito na estação, onde também havia um depósito que fazia a manutenção nas locomotivas da antiga sorocabana. Lamenta o fato de a rodovia ter começado a ganhar força, sucumbindo com o dinamismo e o transporte limpo promovido pela ferrovia. "O lobbye sempre foi maior, embora a ferrovia seja melhor que a rodovia. Acabaram abandonando a ferrovia."

Diz também que antes da emancipação de Alumínio, Mairinque era a quarta arrecadação per capita no Estado de São Paulo. "Antes do parque industrial, tínhamos como forte a ferrovia e a agricultura, chegando a produzir uma safra de 2 milhões de caixas de pêssego. Nossa festa era famosa, agora a festa do pêssego vem de Tapiraí", comenta. Afirma que a industrialização foi boa, mas trouxe muita gente de fora. "Foram se perdendo algumas tradições, como a Festa de São José." Apesar das lamentações, o ex-vereador diz que Mairinque cresceu, mas que muita coisa ainda precisa ser feita para melhorar ainda mais a qualidade de vida das pessoas. (F.G.)

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