Geração de empregos cai 70% na região

No mês de agosto de 2014 foram criadas 441 vagas; por sua vez, no mesmo mês de 2013, foram 1.469 vagas


Anderson Oliveira
anderson.oliveira@jcruzeiro.com.br 


A geração de empregos na região de abrangência do jornal Cruzeiro do Sul, composta por 14 cidades - exceto Sorocaba e Sarapuí -, foi 70% menor em agosto, na comparação com igual mês de 2013. No conjunto dos municípios, tiveram a carteira assinada 441 trabalhadores nesse mês, contra 1.469 de agosto do ano passado. O acumulado dos oito primeiros meses de 2014, por sua vez, registra queda de 62% na criação de novos postos de trabalho. Enquanto de janeiro a agosto de 2013, foram gerados 7.118, esse número caiu para 2.700 no acumulado desse ano. 

As informações são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e abrangem as cidades de Alumínio, Araçoiaba da Serra, Boituva, Capela do Alto, Iperó, Itapetininga, Mairinque, Piedade, Pilar do Sul, Salto de Pirapora, São Miguel Arcanjo, São Roque, Tatuí e Votorantim. Sarapuí, por onde também circula o Cruzeiro do Sul, não tem os dados informados pelo Caged, por ter menos de 30 mil habitantes. 

As cidades que registraram o melhor saldo na criação de postos de trabalho, em agosto, foram Votorantim, com 206 novos trabalhadores no mercado; São Roque, que registrou 179 empregos a mais; e Itapetininga, com saldo positivo de 115 empregos. Também tiveram geração de vagas os municípios de Alumínio (7), Capela do Alto (23), Piedade (109), Salto de Pirapora (18), São Miguel Arcanjo (11) e Tatuí (103). Por outro lado, Mairinque perdeu 135 carteiras assinadas, enquanto Boituva registrou menos 113 trabalhadores em agosto. Perderam postos de trabalho, ainda, Araçoiaba da Serra (-13), Iperó (-11) e Pilar do Sul (-58). 

As cidades que mais registraram carteiras de trabalho, de janeiro a agosto deste ano, foram Itapetininga, com 778 novos trabalhadores; Boituva, com saldo de 580 postos; e São Roque, com 405 trabalhadores inseridos no mercado. O saldo positivo se estende a Alumínio (24), Araçoiaba da Serra (263), Capela do Alto (305), Piedade (286), Pilar do Sul (69), Salto de Pirapora (184), São Miguel Arcanjo (189) e Votorantim (43). Tatuí, nesse mesmo período, perdeu 225 postos de trabalho, enquanto Iperó perdeu 185 e Mairinque teve saldo negativo de 16 empregos. 

Análise 

A instabilidade da economia brasileira, que no último semestre apresentou recessão técnica, é o que resultou na queda da geração de empregos na região de Sorocaba. Porém, o cenário não é negativo, uma vez continuam sendo criados postos de trabalho. Essa é a análise do economista Marcos Canhada, professor da Universidade de Sorocaba (Uniso). "A condição ainda é boa, principalmente, na região de Sorocaba. Mas a tendência desse ano vem preocupando, porque vai criando movimentação de queda em cadeia", avalia. Isso afeta, de acordo com ele, os setores da indústria, comércio e serviços, principalmente. 

Para o economista, os dados do acumulado do ano apontam que estão sendo colhidos os frutos dos investimentos feitos anteriormente. Existe uma reversão naquele cenário que se aproximava do pleno emprego, acrescenta Canhada. "Nós chamamos de pleno emprego o momento que todas as forças de trabalho estão em ritmo das possibilidades que existem. Estávamos muito próximos a isso. Mas os dados vão mudando." Segundo ele, essa instabilidade deve trazer resultados de curto, médio e longo prazo. 

A proximidade do fim do ano, por outro lado, pode trazer novo ânimo à geração de empregos, ele acredita. As festas desse período reaquecem o consumo e, como consequência, o número de postos de trabalho. Os efeitos tendem a ser positivos para a cidade de Boituva, cuja indústria de bebidas deve voltar a empregar nesse período, lembra Marcos Canhada.

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