Sorocaba é 6ª no Estado na emissão de CO2

Lançamento de gases contribui para o aquecimento global. Frota de veículos é um dos principais responsáveis





André Moraesandre.moraes@jcruzeiro.com.br

Sorocaba é a 6ª cidade do Estado de São Paulo que mais contribui para o aquecimento global. Isso porque, em 2013, o município foi responsável por lançar 1.356.440 toneladas de dióxido de carbono (CO2) à atmosfera, segundo mostra um levantamento feito pela Secretaria Estadual de Energia. O número referente ao ano passado é o dobro do registrado em 2010, quando foram emitidas 677.460 toneladas do gás, colocando a cidade - naquele ano - na 17ª posição do ranking paulista.

Os dados fazem parte do Anuário Energético por Município, elaborado pelo governo estadual, com base em dados fornecidos pelas Agências Reguladoras de Energia, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). A partir dessas informações, a secretaria estadual consegue fazer um paralelo entre a energia utilizada e os índices de CO2 liberados por cada município paulista.

No ano passado, com a emissão de mais de 1,3 milhão de toneladas de dióxido de carbono, Sorocaba figurou na 6ª colocação entre as 15 cidades que mais produziram esse gás, que contribui para o efeito estufa. À frente de Sorocaba estão São Paulo, que emitiu 15.036.160 toneladas de CO2; Guarulhos, com 6.992.890 toneladas; Cubatão, 2.413.350t; Campinas, 2.371.960t; e Paulínia, com uma emissão de 1.448.210 toneladas.

Na comparação com 2012, Sorocaba mostra que diminuiu a emissão do gás, já que naquele ano chegou a lançar 1.378.950 toneladas, porém mesmo assim figurou numa posição inferior a 2013 no ranking. Isso pode ter ocorrido por Rio Claro e Araraquara, que apareciam à frente de Sorocaba no ranking de 2012, não terem aparecido no ranking das 15 cidades com maiores emissões de CO2 de 2013.


Consumo de energia e frota


Um dos motivos que podem explicar o motivo de Sorocaba figurar entre as cidades que mais emitem CO2 à atmosfera seria o fato de a cidade também estar em destaque entre os maiores consumidores de energia do Estado. O município aparece na 7ª posição do ranking de consumo de cinco fontes energéticas consideradas no estudo, que são a eletricidade, gás natural, gás comprimido, etanol e derivados do petróleo. Em 2013 consumiu 734.085 toneladas equivalentes de energia (toe) - uma unidade de energia definida como o calor libertado na combustão -, sendo que a mais consumida são as derivadas do petróleo, como gasolina, com 448.766 toe consumidos em 2013. Em 2012 foram 737.354 toe, ficando também na 7ª posição.

Além disso, especialistas apontam que o grande número de veículos transitando pelas ruas da cidade e emitindo poluentes também são os vilões do efeito estufa. Com uma população estimada em 608.269 pessoas em 2013, conforme dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), o município possuía uma frota de veículos de 414.304. Neste ano, esse número já subiu para 434.869 veículos, sendo que a população estimada é de 615.955 habitantes.


Avaliação


Para Nobel Penteado de Freitas, coordenador dos cursos de Gestão Ambiental e de Ciências Biológicas da Universidade de Sorocaba (Uniso), a quantidade de carbono emitida em Sorocaba em 2013, de mais de 1,3 milhão de toneladas, é "bastante grande". "Para termos uma ideia, uma árvore adulta com uns 20 anos depois de plantada, consegue armazenar em média 200 quilos de CO2. Se fôssemos compensar as emissões de CO2 no município plantando árvores, teríamos de plantar cerca de 6,7 milhões de árvores por ano, ou seja, impossível", retrata.

Além da população, que ele considera grande, e do parque industrial do município, que emite poluentes também, ele vê que a grande frota de veículos na cidade seria o maior problema na questão de emissão de gases que contribuem para o aquecimento global. "Pois além das emissões de CO2, temos também outros gases poluentes que tendem a causar problemas locais e não só aqueles ligados ao aquecimento global como faz o CO2. Têm-se (os gases) particulados e a formação de ozônio, que podem causar alguns problemas de saúde", explica.

Como uma possível solução para evitar a proliferação de poluentes na cidade, Freitas relata que a melhor saída seria maiores investimentos no transporte público. Ele também considera que o município deveria implantar uma política de uso racional de energia por parte da população e também que o setor industrial fizesse melhorias no índice de emissão de gases que possam acarretar problemas, como o efeito estufa.

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