Valor cobrado por serviços bancários varia até 563,33%, mostra Procon

O mais caro foi o pagamento de contas com cartão de crédito, com taxas de R$ 3 a R$ 19,90


Anderson Oliveira
anderson.oliveira@jcruzeiro.com.br 


Os serviços cobrados por sete dos maiores bancos brasileiros, ou em operação no País, podem ter variação de até 563,33%, aponta estudo da Fundação Procon de São Paulo. Essa diferença é encontrada no serviço de pagamento de contas feito por meio do cartão de crédito. Enquanto a tarifa mais baixa é de R$ 3, a maior cobrada é de R$ 19,90. Pesquisar os pacotes de serviços oferecidos pelas instituições bancárias, na avaliação de economista, pode gerar uma boa economia. 

A pesquisa do Procon levou em conta as instituições bancárias Banco do Brasil (BB), Bradesco, Caixa Econômica Federal (CEF), HSBC, Itaú, Safra e Santander. Para tanto, a instituição comparou as tarifas praticadas pelos bancos em serviços prioritários e pacotes padronizados vigentes em 4 de junho deste ano com as praticadas em 10 de julho do ano anterior. 

Os serviços cobrados pelo uso do cartão de crédito aparecem como os que mais variam dentre as sete instituições. O custo mais alto é para o pagamento de contas com crédito. Ele varia 563,33% do Banco do Brasil, que cobra R$ 3 pelo serviço, para o Santander, que tem o custo de R$ 19,90. Em seguida, o serviço que mais varia é com o saque em dinheiro feito com cartão de crédito. Enquanto no BB é cobrado R$ 5 pelo serviço, o Santander cobra R$ 15. 

Descobrir perfil 

O economista Vitor Rosa, professor nas universidades Pitágoras e Anhanguera, afirma que, diante da diferença de custo das tarifas bancárias, o cliente deve sempre pesquisar sobre o seu próprio perfil. Segundo ele, os bancos podem cobrar as tarifas de maneira pontual, ou individual, mas também oferecem pacotes que contemplam quantidades de serviços básicos. "Quando o cliente não faz opção pelos pacotes em que os bancos oferecem, essa variação de 500% pode ocorrer", ressalta. 

O exemplo, de acordo com o economista, pode ser a utilização de serviços além do que era previsto. Se um cliente contrata a opção de consultar um extrato bancário por mês, mas fizer mais consultas, pode pagar a mais do que se tivesse optado por um pacote com quantidade maior de extratos. "A dica é primeiro identificar suas necessidades enquanto cliente", diz. Conforme o economista, os bancos desenvolvem os pacotes em cima das necessidades dos clientes. 

Pacotes padronizados 

A Fundação Procon-SP avaliou as tarifas cobradas pelos quatro pacotes padronizados das sete instituições bancárias. O padronizado I permite a movimentação da conta de depósitos à vista somente com cartão, quatro saques, dois extratos dos últimos 30 dias e duas transferências entre contas da mesma instituição. Já os pacotes II, III e IV, além daqueles serviços, permitem a movimentação com cheque e cartão. 

O pacote padronizado I mais barato, de R$ 9,50, é cobrado pela Caixa Econômica Federal e pelo HSBC. Já os mais caros, no valor de R$ 9,85, são do Itaú e do Santander, uma variação de 3,68%. O padronizado II mais barato custa R$ 11,90, na CEF e no HSBC, enquanto o mais caro custa R$ 15, praticado pelo Itaú. A variação, neste caso, é de 26,05%. 

Já o pacote padronizado III mais barato é oferecido a R$ 15,80, também na CEF e no HSBC. O Santander cobra o mais caro, a R$ 20,50, o que representa uma variação de 29,75%. O pacote padronizado IV mais baixo sai por R$ 23,90, novamente na CEF e no HSBC. Bradesco e Santander cobram o pacote mais caro, a R$ 30,50. 

Reajustes 

De julho do ano passado para junho deste ano, o Procon informa que o Banco do Brasil aumentou o preço de sete tarifas e deixou 32 sem reajuste. O Bradesco aumentou a mesma quantidade, com destaque para o reajuste de 55% no serviço de depósito identificado. O banco também passou a cobrar pelo serviço de DOC/TED agendado, porém, manteve sem reajuste 33 tarifas. 

A Caixa Econômica, conforme o Procon, não alterou os valores de suas tarifas de um ano a outro. Já no HSBC, 11 tarifas foram reduzidas, uma teve aumento e 25 não sofreram alteração. O Itaú, por sua vez, reduziu o preço de uma tarifa e aumentou outras 17, passando a cobrar pela emissão da 2ª via do cartão de crédito e deixando de cobrar pelo item cadastro. 

O Banco Safra aumentou o preço de sete tarifas e manteve o mesmo valor de outras 34, enquanto o Santander aumentou em 24,38% a tarifa para pagamento de contas com cartão de crédito e manteve 40 tarifas sem alterações.

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