174 multas são aplicadas na SP-75 por dia



André Moraes
andre.moraes@jcruzeiro.com.br

Uma média de 174 multas foram aplicadas por dia, neste ano, na SP-75, que liga Sorocaba a Campinas, pela infração de dirigir acima da velocidade permitida na via. Foram 47.491 autuações em 273 dias, que é o período que compreende entre janeiro e setembro de 2014. Todas essas infrações foram flagradas pelos radares fixos instalados na rodovia e também pelos móveis, que depois de não terem sido utilizados durante quase o ano passado inteiro, pelo vencimento do contrato entre a empresa que fornecia os equipamentos com o governo do Estado, neste ano voltaram a ser avistados pelos motoristas que acessam as rodovias paulistas.

De acordo com os dados fornecidos pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o mês de junho foi o que apresentou o maior número de multas aplicadas a motoristas que estavam dirigindo acima de velocidade permitida na SP-75. Foram 10.643 infrações flagradas pelos radares na rodovia.

A SP-75 possui cinco denominações em sua extensão. No ponto localizado em Sorocaba, entre a saída da avenida Dom Aguirre até a saída para a rodovia Castelo Branco (SP-280), ela é denominada rodovia José Ermírio de Moraes (Castelinho). Na região de Salto ela possui três nomes: Deputado Archimedes Lammoglia, Prefeito Hélio Steffen e Engenheiro Ermênio de Oliveira Penteado. Na região de Indaiatuba, até Campinas, ela é chamada rodovia Santos Dumont.


Sem radares móveis


Em janeiro de 2013, os contratos firmados entre as empresas que faziam o controle da velocidade com o uso dos radares estáticos (móveis) e o governo estadual terminaram, fazendo com que todos os equipamentos fossem retirados das rodovias paulistas. Os novos contratos foram assinados somente no dia 9 de dezembro do ano passado, portanto houve o retorno da fiscalização por meio de 42 radares móveis nas rodovias sob concessão. A SP-75 possui três pontos de fiscalização com radares estáticos, conforme relata o departamento estadual.


Motoristas


Os motoristas ouvidos pela reportagem não são unânimes na aprovação da presença de radares móveis nas rodovias. O nutricionista Maurício Cândido, 42, que sempre viaja a trabalho, opina que os equipamentos ajudam na fiscalização, mas critica a falta de sinalização nos locais em que alguns são instalados. "Muitas vezes já vi os radares móveis em locais que não possuem placas informando a velocidade máxima. Acho que tem que prevalecer a lei do aviso", diz.

A educadora Adriana de Lima, 44, acredita que a presença de radares nas vias não auxiliam na conscientização dos motoristas quanto à importância de se respeitar as leis de trânsito e ainda critica o modo como os equipamentos móveis são dispostos. "Não tem nada avisando onde eles estão, aí o motorista o vê de última hora, freia do nada e causa acidentes", declara. O professor João Monteiro Nascimento, 48, concorda com Adriana. "Acho que o fato de aumentar o valor da multa ajuda mais", ressalta.

O vendedor externo André Wendt, 25, também critica os locais escolhidos para instalar os radares móveis. "Muitas vezes eles são colocados justamente em locais em que a velocidade máxima permitida diminui. Esses dias vi um, na rodovia Castelo Branco, que estava embaixo de uma placa indicando que a velocidade máxima seria de 100 quilômetros por hora, sendo que na maior parte da rodovia é de 120 km/h", relata. Para ele, isso indica que o maior objetivo dos radares móveis é arrecadar mais dinheiro com as multas do que fazer os motoristas respeitarem as leis de trânsito. "Eu mesmo já fui multado várias vezes por causa disso", revela.

O aposentado Wilson Ribeiro de Almeida, 55, concorda com qualquer tipo de fiscalização nas estradas, pois acha que só assim os motoristas conseguem se sentir seguros. "Porque se não for assim, ninguém respeita. Acho que 60% dos motoristas respeitam e o resto abusa muito", considera. (Com Estadão Conteúdo)

Postar um comentário

0 Comentários