'Sequelas podem ser permanentes', diz irmão de vítima de cotovelada

Fernanda vai passar por novos exames no mês de dezembro.

Audiência sobre agressão em São Roque (SP) será no dia 11 de novembro.

Jomar BelliniDo G1 Sorocaba e Jundiaí
Fernanda e o irmão em frente ao Conjunto Hospital de Sorocaba nesta quarta-feira (Foto: Jomar Bellini / G1)Fernanda e o irmão em frente ao hospital nesta quarta-feira (5) (Foto: Jomar Bellini / G1)
A auxiliar de produção Fernanda Regina Cézar Santiago, atingida com uma forte cotoveladana saída de uma festa na cidade de São Roque (SP), pode ficar com as sequelas da agressão permanentemente. "Essa é a avaliação feita pelos médicos que acompanham o quadro clínico dela", disse Eduardo Cézar, em entrevista ao G1. Nesta quarta-feira (5), Fernanda esteve no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), onde passou por atendimento com um psicólogo e pelo fisioterapeuta. A auxiliar de produção também fez exames com o neurologista.
Fernanda voltou a morar em sua casa no Jardim Villaça, em São Roque, onde passa a maior parte do tempo. “Eu tento voltar a rotina normal, brincando com as crianças e tentando cozinhar. Não importa o meu passado, o que eu já fiz e o fato de eu ter usado drogas. Hoje eu só quero ser feliz”, disse a auxiliar de produção. Ela conta também que tem vontade de voltar a sair e se divertir com amigos. “Dançar também é saúde. Quem sabe, com autorização do médico, eu possa beber um energético adequado.”
“Ela fala com dificuldade e têm tontura, problemas de memória e dor de cabeça frequentes. Os médicos foram bem taxativos: eles não sabem se ela vai se curar dessas sequelas”, disse o irmão. De acordo com Eduardo, um novo exame será realizado no dia 23 de dezembro. “O neurologista vai analisar um coágulo na cabeça dela para saber se será necessário realizar uma cirurgia. A próxima avaliação será realizada em seis meses."
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"Não importa o meu passado, hoje eu só quero ser feliz", diz vítima de cotovelada (Foto: Jomar Bellini / G1)"Não importa o meu passado, hoje eu só quero ser
feliz", diz Fernanda (Foto: Jomar Bellini / G1)
Após passar quase um mês em uma clínica psiquiátrica para melhorar as condições neurológicas, a auxiliar de produção tentou estudar para ajudar na sua recuperação. Ela se matriculou no curso de Gestão de Qualidade, mas teve que abandonar os estudos. “Ela não conseguia assimilar corretamente a matéria por conta dos problemas de memória”, explica o irmão.
Audiência
A primeira audiência para tratar do caso está marcada para o dia 11 de novembro, em São Roque, quando será definido se o empresário Anderson Lúcio de Oliveira vai ou não a júri popular. “Eu acredito no bom senso do magistrado após a oitiva das acusações e defesa”, diz o advogado do acusado, Luiz Pires de Moraes Neto, ao afirmar que a defesa deve tentar desclassificar o crime de tentativa de homicídio para lesão corporal, considerado menos grave com menor pena.
Eduardo afirma que o advogado da vítima, Ademar Gomes, ainda não definiu se a auxiliar de produção irá acompanhar ou não a audiência. "Eu só espero que ele colha o que plantou e que seja condenado", diz Fernanda.
Oliveira está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Aparecidinha, em Sorocaba (SP). O advogado entrou com o pedido de habeas corpus, mas recebeu duas negativas da Justiça.
Anderson Tingo Oliveira (Foto: Reprodução/TV Tem)Anderson está preso desde 19 de agosto em
São Roque (Foto: Reprodução/TV Tem)
Para o relator Juvenal Duarte, que assina o documento indeferido no dia 6 de outubro, “tudo indica, ao menos em parte, de mera reiteração do habeas corpus [...] impetrado por Vinicius Bastos Santos [um dos antigos advogados do acusado], cujo pleito de liminar foi indeferido em plantão judiciário”. O primeiro pedido foi negado no dia 9 de setembro, enquanto o empresário cumpria a prisão temporária na cadeia de São Roque. Após a conclusão do inquérito, Oliveira teve a prisão convertida em preventiva.
No pedido de liberdade, o advogado alega que manter o empresário preso seria um "constrangimento ilegal" e que a acusação não possui fundamentos para mantê-lo na cadeia.
Já para o relator, existe a necessidade de se manter o empresário preso “em razão da extrema gravidade do caso concreto, marcado pela agressão covarde à ofendida, que somente não resultou em sua morte porque recebeu pronto atendimento médico”. Duarte negou também as alegações de constrangimento ilegal.

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