STJ nega pedido de liberdade do ex-seminarista Gil Rugai

SÃO PAULO - O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, em decisão liminar, o pedido de liberdade do ex-seminarista Gil Rugai. Condenado, em fevereiro de 2013, a 33 anos e 9 meses de prisão pela morte do pai, Luis Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, em 2004, Rugai está preso desde a quarta-feira, após se entregar à polícia de São Paulo. O ex-seminarista foi transferido para a Penitenciária II (P2) de Tremembé, no Vale do Paraíba, interior paulista.
Os advogados de Rugai pretendiam que ele aguardasse em liberdade até o julgamento do pedido de habeas corpus feito nesta quarta-feira. O desembargador do STJ Walter Almeida Guilherme decidiu não soltar Gil Rugai.
A prisão do ex-seminarista foi decretada pela Justiça um dia antes. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) manteve a decisão do Tribunal do Júri que condenou Rugai. Ele pôde recorrer em liberdade por ser réu primário e não ter antecedentes criminais. No recurso julgado, a defesa de Gil Rugai pedia a anulação da decisão do Tribunal do Júri contestando, entre outros pontos, a perícia e o depoimento de uma testemunha que mudou três vezes de versão ao longo do processo.
Dois outros magistrados do Superior Tribunal de Justiça ainda vão julgar o mérito da decisão.
MOTIVOS FINANCEIROS
Luis Carlos Rugai e Alessandra de Fátima Troitino foram mortos a tiros, na residência do casal, em Perdizes, na Zona Oeste de São Paulo. A acusação salientou que o crime foi por motivos financeiros. Gil Rugai trabalhava com o pai, que era publicitário, na produtora Referência Filmes. Na época do crime, a investigação apontou que ele teria assinado um cheque de R$ 100 mil, falsificando a assinatura do publicitário, para retirar dinheiro da empresa. Por isso, teria sido afastado do negócio.
O ex-seminarista sempre negou o crime. Afirmou que não havia falsificado o cheque, pois tinha autorização para imitar a assinatura de Luiz Carlos Rugai e, assim, agilizar o pagamento de contas da empresa. Disse, ainda, que havia deixado de trabalhar na empresa do pai para abrir sua própria produtora, a KTM.
Em junho de 2005, foi encontrada na tubulação de esgoto do prédio onde funcionava a KTM a arma usada no assassinato do casal. Ela foi achada por acaso, por causa do entupimento do esgoto.

Laudo do Instituto de Criminalística de São Paulo mostrou que a arma foi a mesma usada no crime, uma pistola 380. O objeto estava num saco plástico preto, com sinais de ferrugem, e foi encontrada por funcionários que foram desentupir os canos.

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