Motorista da excursão tentou acessar estrada de serviço, mas desgovernado, veículo bateu em pedra
Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br
Estudantes adolescentes e professores da Escola Estadual Antonio Padilha, entre eles uma professora grávida de cinco meses, ficaram feridos quando o ônibus em que viajam para Santos tombou no quilômetro 47,6 da rodovia Anchieta, por volta das 10h15 de ontem. A excursão escolar terminou com cerca de 20 vítimas, mas o número de feridos é incerto, já que as informações prestadas pelos hospitais, concessionária da rodovia e Polícia Militar eram divergentes. A direção da escola não divulgou qualquer informação sobre o acidente. Nenhuma das vítimas corria risco de morte, segundo informaram os hospitais e até o início da noite, a maioria delas havia recebido alta, enquanto três continuavam internadas. A grávida prosseguia em observação, mas o acidente não interferiu na gestação, segundo o hospital. O veículo que tombou seguia em comboio com outros dois ônibus da mesma excursão e segundo relato de testemunhas, o acidente pode ter sido motivado por falha no sistema de freio.
Segundo informações da Polícia Militar, o ônibus trafegava com 38 pessoas e no momento do acidente a pista estava seca e o tempo nublado. Marlei Rondó é mãe de uma das adolescentes que chegou a ser hospitalizada por causa de escoriações. Ela disse que vários passageiros declaram que antes do acidente, o cheiro de queimado e barulhos chamaram a atenção. A repórter Sheila Almeida, do jornal A Tribuna, de Santos, esteve no local e declarou que o ônibus descia a rodovia Anchieta quando saiu da pista e entrou em uma estrada de serviços, que é exclusivamente usada pela concessionária da rodovia. Desgovernado, o ônibus entrou no sentido inverso, ou seja, na subida, quando colidiu com uma pedra e tombou. A repórter colheu relatos de que o motorista teria dito que o ônibus perdeu o freio e aparentemente ele fez tal manobra para evitar bater contra a defensa metálica lateral, que limita os veículos do desfiladeiro da Serra do Mar.
As vítimas foram socorridas por equipes do Resgate do Corpo de Bombeiros, pelo Samu e da concessionária Ecovias. Elas foram levadas para hospitais nas cidade de Santos, São Vicente e Cubatão. O hospital municipal em Cubatão recebeu sete delas e divulgou no início da noite de ontem que dos quatro estudantes com idades de 16 anos e 17 anos, todos com ferimentos leves, apenas uma garota permanecia em observação. A professora grávida de cinco meses, apesar de ter passado por exame de ultrassonografia e não ter apresentado alteração ou risco à gestação, continuava em observação no início da noite de ontem, mas os ferimentos eram sem gravidade. Um professor com 26 anos de idade continuava em observação com ferimentos sem gravidade e abalado emocionalmente. E uma inspetora de alunas que se recuperava do estado de choque também continuava em observação.
Os estudantes que participavam da excursão têm entre 14 e 18 anos. Eles cursam o 9º ano do ensino fundamental e o terceiro ano do ensino médio. O ônibus que tombou era o último do comboio de três veículos e pertence à empresa União Biazin Turismo Ltda., enquanto os dois que seguiam na frente tem a identificação da empresa Nippo Turismo. Uma das alunas que estava no ônibus do meio relatou que antes de sair da rodovia, o veículo que tombou chegou a colidir com o ônibus em que ela estava. A viagem seria para comemorar a formatura das duas turmas. Os estudantes passariam o dia na cidade de Santos, onde visitariam o museu Pelé e o aquário da cidade. (Colaboraram Regina Santos, Mariela Almeida, Larissa Pessoa e Esdras Felipe Pereira)
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