Selic sobe a 11,75%; veja como ficam poupança e renda fixa

São Paulo – Com a nova elevação da taxa Selic para 11,75% ao ano, segundo anunciou o Copom nesta quarta-feira (03), a poupança fica ainda menos vantajosa em relação às aplicações de renda fixa mais seguras do mercado.
No novo patamar da taxa, CDBs pós-fixados, fundos DI e Letras Financeiras do Tesouro (LFT), títulos públicos negociados via Tesouro Direto, ficaram ainda mais rentáveis, já que suas remunerações são ligadas à variação da taxa.
A vantagem em relação à poupança aumentou porque enquanto esses investimentos rendem mais, conforme a Selic aumenta, a caderneta para de acompanhar a alta da taxa quando ela passa dos 8,5% ao ano.
De acordo com a nova regra da caderneta, a poupança rende 70% da taxa Selic mais a Taxa Referencial (TR) quando a Selic é menor ou igual a 8,5% ao ano, mas quando a taxa passa dos 8,5%, paga sempre 0,5% ao mês mais a TR, a mesma remuneração da regra antiga (saiba calcular a rentabilidade da poupança).
A elevação da taxa básica de juros ficou dentro das expectativas dos analistas de mercadoque esperavam uma elevação de 0,5 ponto percentual da Selic.   
Veja as rentabilidades das aplicações de renda fixa pós-fixadas (atreladas à Selic) com a Selic em 11,75%:
(*) Foi considerada uma Taxa Referencial (TR) de 0,05% ao mês.
(**) Foi considerado o investimento por meio de corretoras que não cobram taxa de administração para aplicações no Tesouro Direto.
As rentabilidades estão líquidas de Imposto de Renda (IR), que é cobrado em todas as aplicações de renda fixa mostradas na tabela, à exceção da poupança. Foi considerada uma taxa de CDI equivalente à Selic, uma vez que as duas taxas costumam ficar próximas.
As simulações mostram que, mesmo em um prazo de até seis meses, quando a alíquota de IR é a mais alta (22,5%), todas as aplicações relacionadas na tabela têm rendimento superior ao da poupança.
Isso ocorre porque, enquanto o rendimento da poupança não muda depois que a Selic passa dos 8,5% ao ano, as outras aplicações acompanham as variações da taxa básica em qualquer patamar que ela estiver.
Vale frisar que o CDI costuma ficar um pouco abaixo da Selic.  Isso significa que CDBs e fundos DI que acompanham de perto o CDI possivelmente terão uma rentabilidade um pouco menor do que aquela mostrada na tabela. O parâmetro para as LFTs, no entanto, é a Selic mesmo.
Nos últimos 12 meses, por exemplo, o CDI acumulado foi de 10,66%, enquanto a Selic acumulada do mesmo período foi de 10,76%.
Condições para a rentabilidade bater a da poupança
Para serem mais rentáveis que a poupança em qualquer prazo (mesmo em um mês), os CDBs devem pagar pelo menos 77% do CDI. Se os bancos oferecerem remunerações menores do que essa, já compensa mais investir na caderneta.
Já os fundos DI só deixam de ser mais vantajosos do que a poupança se tiverem taxa de administração superior a 2,5% ao ano, considerando um fundo que renda 100% do CDI.
E para que as LFTs sejam mais vantajosas do que a poupança em qualquer prazo, a taxa de administração não pode ser maior que 2,2% ao ano.
Cofrinho: Poupança perde ainda mais sua atratividade frente a outras aplicações seguras de renda fixa© EXAME Cofrinho: Poupança perde ainda mais sua atratividade frente a outras aplicações seguras de renda fixa
Mas, como a taxa máxima cobrada pelas corretoras para negociação via Tesouro Direto é de 2,0% ao ano, seja qual for a instituição escolhida para o investimento, a LFT ganha. 
Algumas corretoras, inclusive, chegam a isentar o investidor dessa taxa (veja o ranking das taxas cobradas por cada corretora). 
Já se o investimento for feito em um período maior do que um ano, quando o IR vai para 17,5%, mesmo com uma taxa de até 2,0% ao ano - taxa máxima cobrada pelas corretoras para negociação via Tesouro Direto - a LFT vai superar a poupança.
Vale lembrar que o Tesouro Direto já tem um custo fixo, a taxa de custódia de 0,30% ao ano, que é cobrada pela Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC). 

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