Filas em postos de saúde diminuíram com o trabalho dos médicos.
Estrangeiros se adaptaram à rotina brasileira.
Depois de um ano de adaptação, os profissionais do programa "Mais Médicos" ajudam a normalizar o atendimento nas unidades de saúde onde as filas por consultas eram grandes na região de Sorocaba (SP). A mudança foi positiva para a população que agora pode ser assistida em casa.
Em um dos postos de saúde de Capela do Alto (SP), a médica cubana Maria de Los Angels cumpre uma rotina diária de atendimento. De segunda a quinta-feira ela passa praticamente todo o dia no posto atendendo a população. Solução para as filas de espera que antes eram marcadas com muita antecedência. "Antes a gente tinha especialidade e clínico mas só com agendamento. Hoje a gente continua com isso mais a doutora Maria que trabalha de segunda a quinta-feira o tempo todo na unidade", diz o diretor de saúde Alex Santos Ezídio.
Luciana precisou que o filho fosse atendido às pressas no posto. " Eu acabei entendendo tudo que ela precisou e fui bem atendida", conta Luciana Martins da Costa, dona de casa.
Experiência importante para a carreira, segundo a médica Maria. Ela conta que recebe a gratidão de pacientes que antes não conseguiam atendimento. " Os idosos e os acamados não conseguiam atendimento, agora eu vou na casa deles e eles se sentem muito contentes", conta a médica.
Em Araçoiaba da Serra (SP), o posto de saúde do bairro Jundiacanga conta com a ajuda de Yudslay Guerrero, que também veio de Cuba. A presença da médica na unidade mudou a rotina dos moradores. "Como o município tem uma extensão muito grande, a gente conseguiu levar a profissional para as unidades mais distantes", diz Maria do Carmo Pelizão, secretária de Saúde.
A dona de casa Edna Leite já sentiu a insegurança de não ter um médico por perto. "As vezes eu vinha fazer acompanhamento e só tinha enfermeira. Agora é melhor", conta.
Em São Roque (SP), três profissionais estrangeiros reforçam o quadro de médicos da unidade de saúde do bairro São João Novo. Martin Navarro veio da Venezuela. "A vida aqui é muito gostosa, o povo de São Roque tem uma segurança que não acredito ainda, as pessoas estão sendo muito receptivas", conta o médico.Yudslay afirma que a comunicação entre ela e os pacientes não é um problema e que as consultas acabam virando uma troca de experiências. "Eles querem saber como é um atendimento por um médico cubano, fazem muitas perguntas como é nosso governo. Eles gostam e eu também estou gostando", diz a médica.
O casal de médicos Maria José Morabal Sacz e Daniel Eduardo Lasso também é venezuelano e vizinho de Matin, além de trabalharem na mesma unidade. Os três vão juntos para o posto que fica a 20 minutos de onde moram. A rotina é puxada, mas eles afirmam que já se sentem em casa. " Eu e minha família gostamos muito daqui. Gostamos das pessoas e do acolhimento", diz Daniel.
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