O herói muçulmano: jovem funcionário de origem africana salvou 6 pessoas de sequestrador

PARIS — Ao mesmo tempo em que o fundamentalista islâmico Amedy Coulibaly invadia o mercado de produtos kosher Hyper Cacher, em Paris, e armado com um fuzil e fúria jihadista disparava e matava três clientes e um empregado, uma história de solidariedade com o próximo, sem ver cor ou credo, se desenrolava. Um funcionário muçulmano da loja — que atendia uma clientela judaica — salvou seis pessoas ao escondê-las num frigorífico situado no porão do estabelecimento.
O mercado estava cheio, com muitos clientes fazendo as compras para o shabat, o dia sagrado do descanso judeu. Assim que viu o terrorista entrando na loja armado, Lassana Bathily, funcionário do Hyper Cacher nascido no Mali, no Leste da África, entrou em ação e usou do pensamento rápido e sangue-frio para salvar vidas.
— Quando os clientes correram, eu abri a porta (do frigorífico). Havia muitas pessoas que vieram na minha direção — contou ele à emissora BFMTV. — Eu apaguei as luzes, desliguei o freezer. Então, eu os coloquei (os reféns) dentro, fechei a porta e disse para eles permanecerem calmos.
Reconhecimento no Twitter
Em seguida, usando um elevador de carga, Bathily escapou do Hyper Cacher. Com isso, foi capaz de fornecer valiosas informações à polícia, que começava a fazer o cerco ao terrorista do lado de fora do mercado: Bathily explicou o que estava acontecendo e onde os reféns estavam escondidos.
Tímido e relutante em contar a história, Bathily contou que, após o tiroteio acabar, com a polícia abatendo Coulibaly, muitos dos clientes passaram a apertar a mão dele e agradecer-lhe pelo seu gesto. De acordo com o noticiário francês, Bathily, aos 24 anos, salvou a vida de seis pessoas.
Ontem, uma fotografia dele, com a legenda “Muçulmano Malinês” foi tuitada ao redor do mundo como símbolo da bondade e da união dos povos contra o terrorismo. Muitas pessoas pedem para que Bathily seja reconhecido por sua ação. Um outro tuíte dizia: “Um verdadeiro herói no sequestro do mercado kosher.”

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