Felipe Amorim

do Agora e Folha de S. Paulo

Depois de passar a maior parte do ano convivendo com cortes no abastecimento e com o medo da seca nas represas se agravar, o paulistano já planeja sua vida em 2015 com uma certeza: a água vai ser pouca.

Desde que a Sabesp (Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo) intensificou a redução da pressão na rede de abastecimento à noite, no início de 2014, surgiram relatos de falta de água em diversos bairros da capital e Grande SP.

"Eu estou com medo e já pensando em comprar outra caixa-d'água", diz a comerciante Graziella Augusta, 29 anos. "A situação está difícil. Temos que nos prevenir de todas as formas", afirma.

Na casa dela, no Lauzane Paulista (zona norte), a caixa-d'água abastece apenas o banheiro, e ela diz que desde dezembro a partir das 17h já não chega mais água.

Por isso, Graziella mudou a rotina. Hoje, logo que acorda, já prepara o almoço e o jantar para o marido e os três filhos. Ela diz que corre para ainda ter tempo de lavar a roupa da família e limpar a casa antes que a água acabe. "Quando alguém fica com fome mais tarde, encho a panela com água do chuveiro para cozinhar", diz.