PIB per capita cresce 51% acima da inflação no período de dez anos

Industrialização entre os anos de 2002 e 2012 é um dos fatores cruciais



Anderson Oliveiraanderson.oliveira@jcruzeiro.com.br

O Produto Interno Bruto (PIB) per capita de Sorocaba cresceu 51,5% acima da inflação em dez anos. O levantamento abrange o período de 2002 a 2012 e foi feito com base no estudo Produto Interno Bruto dos Municípios, divulgado no mês passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2002, o total de todas as riquezas produzidas no município dividido pela população era de R$ 11.590,98. Com a correção da inflação acumulada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esse valor equivaleria a R$ 20.900,67 dez anos depois. Mas em 2012, a renda per capita do sorocabano chegou a R$ 31.661,98.

O crescimento real - descontada a inflação - de 51,5% do PIB per capita do sorocabano é maior do que o verificado no Estado de São Paulo no mesmo período. Conforme os números do IBGE, de 2002 a 2012 a renda per capita paulista cresceu 38% acima da inflação. O resultado representa um salto de R$ 13.499,98, que equivaleriam a R$ 24.342,95 com a correção inflacionária, para R$ 33.624,41 em dez anos.

De acordo com o economista Marcos Antonio Canhada, professor da Universidade de Sorocaba (Uniso), o crescimento desse indicador de renda sorocabano se deve ao fortalecimento da industrialização da cidade ao longo dessa década. Por ser um setor que agrega valor à matéria prima, a indústria requer profissionais especializados, que possuem remuneração maior. "Acaba tendo melhoria na renda das famílias e isso provoca efeito positivo no rendimento per capita", avalia.

A melhoria da qualidade de vida é um dos reflexos do crescimento do PIB per capita, ressalta Canhada. Como o indicador é o resultado da somatória de tudo o que é produzido pela cidade em determinado período, seu crescimento aponta para mais dinheiro circulando pela cidade, acrescenta o economista. "Eventualmente, o crescimento da renda e do desenvolvimento da cidade faz com que se produza mais, circule mais dinheiro", destaca. E isso ocorre independentemente do crescimento da população, uma vez que o crescimento do PIB per capita ocorre em um período em que também há aumento da população.


Melhoria perceptível


Esses efeitos positivos do indicador de renda podem ser percebidos por parte da população, como confirma o policial militar reformado, Lázaro Camargo. Segundo ele, o avanço da renda e da capacidade de compra foram as questões essenciais observadas na sua vida ao longo desse período. Ele cita ainda as melhorias visíveis em toda a cidade, que também foram importantes. "Melhoraram as condições de vida da terceira idade; hoje, temos pistas de caminhada, parques, o clube do idoso", comenta.

Apesar do crescimento que ocorreu em Sorocaba no período pesquisado, o PIB per capita de 2011 para 2012 não aumentou. Enquanto a renda per capita do sorocabano era de R$ 30.196,39 em 2011, o número passou a R$ 31.661,98 em 2012. O crescimento, neste caso, foi de 4,85%. A inflação medida no período, contudo, foi de 6,34%. Isso significa que, descontada a inflação, houve queda de 1,49% no PIB per capita sorocabano.

Essa retração na renda per capita, por sua vez, leva moradores da cidade a observarem que as condições de vida ainda não são as mais desejáveis e muito ainda resta a ser feito. É o que aponta o casal José Candido e Lizette dos Santos. Para eles, se a renda aumentou, o custo de vida cresceu no mesmo passo ou até mais. "Falta muito a melhorar ainda", diz a mulher.


Momentos de crise


O indicador de renda do sorocabano cresceu, mas é vulnerável às oscilações da economia brasileira. Por isso, analisa o economista Marcos Canhada, é preciso que a cidade continue focando em caminhos que tornem seu desenvolvimento mais favorável mesmo em épocas como a que o país vive atualmente. "Em momentos de crise, ocorre redução dos investimentos, mas, se a cidade estiver favorável, será menos afetada por esses movimentos", afirma.

E isso passa pela contínua atração de novas indústrias, que gerem riqueza, emprego e renda para a cidade. "E isso está alicerçado nos fundamentos de deixar a cidade agradável para essa vinda de grandes empresas", conclui.

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