26.580 pacientes são notificados com dengue


Regina Helena Santos
regina.santos@jcruzeiro.com.br 

Sorocaba contabiliza 26.580 pessoas notificadas com dengue desde o início deste ano, das quais 4.747 casos confirmados laboratorialmente. O número foi divulgado pelo secretário da Saúde, Francisco Antônio Fernandes, porém esta semana, ao contrário das anteriores, é tratado como estimativa. A estatística teve como base a contagem manual de fichas de notificação de pacientes que passaram pelas unidades de saúde, públicas e privadas, mas ainda não foi confirmada pelo sistema eletrônico de notificação do Ministério da Saúde. Segundo Fernandes, este continua apresentando lentidão para abastecimento de dados. Não houve nenhum novo óbito e o município continua com seis mortes de vítimas de dengue e sete casos em investigação.
Desde o início do ano 394 pacientes notificados com dengue foram internados no município - 206 confirmados por exame laboratorial, 55 descartados e 133 aguardando resultado de exame. Dos que precisaram de cuidados em internação, 26 apresentaram sinais hemorrágicos e 19 foram atendidos em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
Sobre os números extra-oficiais divulgados, o secretário de Saúde informou que nas semanas anteriores o volume de notificações levantadas manualmente pelas equipes da saúde foram confirmados pelos dados do sistema do governo federal. Esta semana, com o sistema lento, essa confirmação ainda não aconteceu e por isso os 26.580 casos ainda não são informados como dados oficiais - isso porque o sistema é capaz de eliminar duplicidade de nomes, o que não é possível de ser feito em contagem manual, por conta do volume de casos. O presidente do Parque Tecnológico de Sorocaba, Flaviano Agostinho de Lima, falou que no último fim de semana, com a atuação de 16 funcionários em 15 horas de trabalho no sábado e no domingo, foi possível abastecer o sistema com 1.485 fichas. 

Sem comemoração

O secretário de Saúde disse que as equipes têm sentido, desde a última sexta-feira, uma maior "calmaria" nas unidades de saúde o que, segundo ele, se reflete no menor aumento do número de casos de dengue na última semana - foram 9.895 notificações a mais divulgadas no boletim do dia 18 de março, referentes a um período de sete dias, e 3.905 esta semana. "Não vou me animar nem, tampouco, baixar a guarda. Ainda é muito cedo para dizer quando o número de casos deve diminuir. Não é o momento de soltar o cinto, temos que manter firmes todas as ações. Vivo a expectativa que são 16 a 18 semanas de doença pesada e ainda estamos na 12ª semana."

Segundo Fernandes, a justificativa para que o atendimento nas unidades continue demorado mesmo com menos doentes notificados está no tempo necessário para tratar os pacientes com suspeita de dengue. "A gente vai continuar seguindo o protocolo e quando há necessidade de exame de sangue ele é feito por uma máquina e demora duas horas para ficar pronto." De acordo com o secretário, nos exames que se mostram alterados há, ainda, a necessidade de avaliação de um biomédico. "Quem procurar uma unidade de saúde tem que estar preparado para aguardar de quatro a cinco horas. Se estiver tranquilo, ainda assim vai demorar isso. Essa demora é necessária para o bom andamento dos cuidados da saúde das pessoas." O secretário apresentou que o pico de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que estão abrindo aos finais de semana foi nos dias 14 e 15 de março. Na Vila Fiori, foram 563 atendidos neste final de semana e 451 no último, dias 21 e 22 de março. Já na UBS do Lopes de Oliveira o volume de atendimentos foi de 751 e 710, respectivamente. Fernandes alertou a população de que o primeiro atendimento deve ser feito nas UBSs e não nas Unidades Pré-Hospitalares (UPHs).

Voluntariado

Fernandes comentou que a Secretaria de Saúde reuniu-se com representantes da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmons) que ofereceu a ajuda de um grupo de 100 voluntários e um espaço para instalação de um Centro de Monitoramento na zona norte (veja matéria ao lado). No próximo domingo, um novo encontro definirá detalhes da atuação desses voluntários, que deve incluir também ajuda na digitação dos dados de notificação no sistema eletrônico do Ministério da Saúde e a atuação, nas salas de espera das unidades de saúde, na identificação de pacientes que precisem de mais urgência no atendimento.
Os jovens do Tiro de Guerra também já estão atuando como voluntários, junto às equipes de saúde, na remoção de criadouros. A primeira ação do grupo foi um arrastão na região da Vila Hortência.

Postar um comentário

0 Comentários