Donos de veículos poderão ser indiciados por fraudes na Ciretran

Órgão em Sorocaba é investigado pelo Gaeco por pagamento de propina. 

Mais de 5 mil documentos foram apreendidos e serão analisados.

Do G1 Sorocaba e Jundiaí
Os donos de veículos com a documentação envolvidas nas vistorias fraudulentas na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) de Sorocaba poderão ser indiciados na investigação realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O órgão é investigado por um suposto esquema de cobrança de propina para a liberação de veículos. As investigações apontam para cerca de seis mil fraudes por mês, em média.
De acordo com o promotor Antônio Farto Neto, o Gaeco começará a realizar as oitivas de funcionários do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Sorocaba na semana que vem.  Os donos de veículos envolvidos nas vistorias fraudulentas – os carros passavam mesmo não atendendo os requisitos básicos – serão chamados para depor e poderão, inclusive, ser indiciados.
Farto Neto afirma ainda que nos casos onde a fraude for confirmada, os veículos poderão ser bloqueados judicialmente e os motoristas obrigados a passar por uma nova vistoria, caso queiram continuar rodando. Até o momento, ninguém foi preso na investigação.
Entenda o caso
Mais de cinco mil documentos foram apreendidos durante as Gaeco na Ciretran de Sorocaba (SP), nesta quinta-feira (5). Segundo os promotores, os funcionários entregavam os documentos para os motoristas sem que a vistoria obrigatória fosse feita.
A suspeita é que funcionários cobravam R$ 20 para que os documentos recebessem o carimbo do órgão. "Nós temos alguns casos concretos. Pessoas já foram ouvidas, inclusive em termos de delação premiada, e informaram que realmente pagaram esse valor para não ter o veículo vistoriado", diz Farto Neto.
O grupo do Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão no novo e também no antigo prédio da Ciretran. De acordo com os promotores, o Detran de Sorocaba não conta com sistema digital e, sem um banco de dados com o registro dos veículos que passaram pela vistoria, a fraude era facilitada. "A quantidade de veiculos que podem estar rodando depois de uma transferência sem uma vistoria correta é muito grande, e isso é um risco para a população", acredita o promotor.
Alguns funcionários que participavam do esquema já foram identificados. Eles serão ouvidos e devem responder pelos crimes de formação de quadrilha, falsificação de documentos e corrupção. Os donos dos veículos que pagaram pela "falsa vistoria" também podem ser indiciados.
Novo prédio foi vistoriado pelo Gaeco (Foto: Reprodução/TV Tem)Novo prédio foi vistoriado pelo Gaeco (Foto: Reprodução/TV Tem)

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