Governo diz que discute terrorismo, mas que desconhece relatório de inteligência sobre EI

O Ministério da Justiça divulgou nota neste domingo, 22, na qual informa que o governo tem trocado "informações e análises com autoridades de outros países, com o objetivo de atuar com eficiência na prevenção, apesar de não ter histórico, de atos de terrorismo". A pasta negou, porém, discussões no âmbito ministerial sobre relatórios de inteligência que trazem alertas sobre a influência do Estado Islâmico no Brasil e a tentativa de cooptação de brasileiros convertidos pelo EI.
A nota do ministério foi divulgada em resposta à reportagem exclusiva publicada neste domingo, 22, pelo Estado que revela a existência dos documentos. O ministério disse que "lamenta qualquer especulação que possa ser feita em relação a informações vazadas de hipotéticos relatórios de inteligência desconhecidos ou que não passaram pela análise de autoridades governamentais responsáveis por decisões na área de segurança pública do governo federal."
Conforme a nota do ministério, o terrorismo estava na pauta da última semana da reunião do grupo de trabalho que trata das questões de segurança com relação às Olimpíada e "em nenhum momento houve a distribuição ou a discussão de quaisquer relatórios das áreas de inteligência sobre terrorismo no Brasil, ou mesmo sobre análise específica de quaisquer grupos terroristas que atuem no mundo."
Fontes dos órgãos de inteligência do governo, que participaram da reunião, contudo, disseram ao Estado que o assunto foi discutido no encontro e que a intenção é mudar o discurso do governo de que o País não corre riscos, diante de uma nova realidade apurada pela Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Para lembrar. Durante passagem pelas Nações Unidas em setembro do ano passado, em plena campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff deu uma controversa declaração em que criticou a ofensiva militar contra o Estado Islâmico e defendeu uma saída baseada no "diálogo".

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