Morta a tiros no Alemão queria se mudar para cuidar de filho doente

RIO - Morta no portão de casa na tarde desta quinta-feira, 19, durante um tiroteio no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, a dona de casa Vanessa Aparecida Abicassis, de 38 anos, pensava em se mudar da comunidade onde vivia por causa do filho de 15 anos, que tinha paralisia cerebral. De acordo com o sobrinho de Vanessa, o fotógrafo Bruno Borges, de 21 anos, as ruelas e becos da favela dificultavam os deslocamentos com o jovem, que "dependia muito da mãe". Segundo Borges, o adolescente passou a sexta-feira em silêncio.
"Era a mãe que ficava em casa com ele. Ele dependia da mãe para comer, tomar banho. Ficou silencioso, tentando observar o que estava acontecendo. Ele é bem observador, ele sente. Há três anos, perdeu a avó. Agora foi a mãe", contou Borges. 
Vanessa, que era casada há 20 anos, largou um emprego no Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran) quando a mãe morreu. Tudo para cuidar do caçula - ela também tinha um outro filho, de 19 anos.  "Ele (o mais velho) também está super mal. Acabou de entrar de férias no quartel onde trabalhava. Era muito apegado à família, acabou o chão dele", disse o sobrinho da vítima.
As investigações do caso estão centrados na Delegacia de Homicídios (DH), na Barra da Tijuca. Nesta sexta-feira, peritos da Polícia Civil estiveram no local. Ainda não se sabe quem foi o autor do disparo. O enterro de Vanessa será realizado neste sábado, no Cemitério de Inhaúma, na zona norte, às 13h.
Também por volta de 22h desta quinta-feira, policiais militares ficaram feridos em uma troca de tiros no Complexo do Alemão. Eles foram atendidos no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, zona norte. Um deles foi liberado já na madrugada desta sexta-feira.
O tiroteio ocorreu na localidade conhecida como Canitar. Homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) foram ao local prestar apoio aos policiais da UPP da Fazendinha e um blindado foi utilizado na ação. A ocorrência foi registrada na 45ª Delegacia de Polícia (Complexo do Alemão). Não há informação sobre presos.  

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