Casal de avós é preso após denúncia de violência sexual contra neto

Avô teria molestado a criança e avó não teria denunciado o crime

Leandro Nogueira
leandro.nogueira@jcruzeiro.com.br


Os avós paternos de um menino de oito anos de idade que vinha sofrendo violência sexual na zona oeste de Sorocaba foram detidos ontem. A prisão do avô deu-se pela acusação de que ele molestava a criança e da avó, porque ela teria conhecimento dos fatos mas deixou de denunciar. Os dois idosos têm 70 anos de idade, moram na cidade de São Paulo e foram detidos na própria residência no início da manhã de ontem por policiais civis e levados para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) em Sorocaba.

A Justiça determinou que os acusados ficassem presos temporariamente por 30 dias, mas o advogado de defesa solicitou que a prisão fosse cumprida na própria residência ao invés de regime fechado porque o acusado é advogado e a esposa tem problemas de saúde. A Justiça atendeu o pedido e por volta das 20h os acusados deixaram a DDM, no Parque Campolim, em uma viatura da Polícia Civil que os levaria de volta para a residência onde moram, no bairro Cidade São Francisco, na região da Universidade de São Paulo (USP), na capital.

De acordo com a delegada Ana Luíza Salomone, a queixa foi feita à polícia pela mãe da criança vítima de abuso. A família desconfiou de desenhos feitos pelo menino e em conversa o garoto contou o que havia ocorrido. Os abusos teriam sido praticados a partir do último réveillon, mas não eram constantes, já que ocorreriam quando os avós visitavam a família em Sorocaba ou quando a família do menino visitava os avós em São Paulo.

A delegada Ana Luíza Salomone disse que a violência consistia na manipulação do genital, mas preferiu deixar de dar mais detalhes a respeito de como eram os atos. O inquérito policial corre em sigilo para preservar a criança e a delegada pretende concluí-lo em cerca de 30 dias. O trabalho policial teve início há cerca de dez dias, um pouco antes da Páscoa, após a mãe registrar a denúncia.

A delegada Ana Luíza disse que como nem todo ato libidinoso deixa marcas e quando a denúncia foi feita à polícia o abuso havia ocorrido há mais de um mês, ela crê que o laudo dificilmente mostrará alguma lesão. Afirmou que já tem testemunha ouvida e agora fará a análise de tudo o que já foi colhido com as investigações para definir os próximos passos e quais outras testemunhas chamará.

Como o acusado é advogado, em caso de prisão provisória em regime fechado, ele tem a prerrogativa de cumprir a pensa em Sala de Estado Maior, ou seja, em local de reunião entre o comando e subalternos das Forças Armadas, Polícias Militares e Bombeiros militares. O presidente do Conselho de Prerrogativas da Subseção de Sorocaba da Ordem dos Advogados do Brasil, Antonio Carlos Delgado Lopes, disse que como não haveria em Sorocaba a possibilidade de mantê-lo detido em Sala de Estado Maior, os advogados que defendem os acusados fizeram ontem o pedido à Justiça para que cumprisse a pena provisória em prisão domiciliar.

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