Homem é libertado nos EUA após ficar 30 anos no corredor da morte

Anthony Ray Hinton
Austin (EUA), 3 abr (EFE).- Anthony Ray Hinton, homem condenado a morte em 1985 pelo assassinato de duas pessoas no Alabama, nos Estados Unidos, foi libertado nesta sexta-feira após 30 anos preso, após ter sua inocência provada em novo julgamento.
Amigos e familiares receberam Hinton, agora com 59 anos, em sua saída da prisão de Jefferson County, localizada na cidade de Birmingham.
O caso do agora homem-livre, remonta a uma onda de violentos assaltos a lanchonetes da região, e em que foram assassinados gerentes de diferentes estabelecimentos, John Davidson e de Thomas Wayne Vason.
Um funcionário de um dos locais assaltados, ficou ferido e reconheceu Hinton como responsável por uma das mortes. O testemunho e uma arma achada na casa da mãe do suspeito, serviram para que a promotoria estabelecesse uma inquérito.
A pistola, segundo os advogados de acusação teria sido utilizado para matar Davidson, Vason e ainda cometer um terceiro crime. Hinton acabou condenado a morte, mesmo não ter antecedentes e após superar um depoimento com polígrafo.
Em 2002, um grupo de advogados que se organizam pelo igual direito à justiça de todos os cidadãos, demostraram que a pistola achada na casa da mãe de Hinton não foi a mesma utilizada nos homicídios, e a partir daí iniciou batalha para a Suprema Corte reabrir o caso, o que só aconteceu no ano passado.
A defesa ainda provou que os promotores que atuaram no caso tinham histórico de discriminação racial, o que contaminou o julgamento, pois o acusado era negro. Além disso, os advogados de Hinton questionaram a qualidade do representante público que foi designado a defendê-lo.
Depois da sentença que declarou Hinton inocente, o juiz do caso ordenou sua soltura ontem, o que acabou sendo acatado hoje. Este é o 152º preso que estava no 'corredor da morte', a ser libertado, segundo dados de uma ONG americana.

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